Comerciantes se mobilizam contra tenda no Major Prates

Empresários alegam não ter sido consultados pela prefeitura e temem degradação de avenida

Márcia Vieira
O NORTE
04/12/2020 às 07:28.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:13
 (Arquivo)

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A decisão da Prefeitura de Montes Claros de instalar uma cobertura fixa para os feirantes do Major Prates está trazendo dor de cabeça aos comerciantes do bairro. Estabelecidos na avenida Castelar Prates, eles reclamam que a decisão foi unilateral e que os lojistas que integram o complexo comercial mais representativo da cidade não foram sequer consultados.

Preocupados com a situação, os comerciantes estão preparando um abaixo-assinado para encaminhar à prefeitura, pedindo que a instalação seja revista. Os prejuízos listados por eles são na logística, devido ao estreitamento do espaço, que já é apertado, e até riscos à saúde, uma vez que, fixada a cobertura, as lojas não terão ventilação nem luz natural.

A feira funciona aos domingos, das 6 às 12h, na avenida Castelar Prates, uma das mais movimentadas do bairro, mas a montagem das barracas começa no sábado, quando a via é interditada. De acordo com os comerciantes, moradores com dificuldade de locomoção e que precisem de socorro do Samu ficam à mercê da situação, devido às garagens interditadas.

“Nós não queremos a tenda fixa e pedimos para que a prefeitura encontre um local mais adequado no bairro, porque a feira em si já traz muito transtorno”, diz Bruno Araújo, um dos envolvidos na ação, complementando que “a iniciativa só vai beneficiar os feirantes e muitos nem são daqui, enquanto a maioria dos comerciantes estão estabelecidos há mais de 20 anos (no endereço) e não foram consultados”.

Bruno alerta para outros pontos negativos caso a ação venha a ser concretizada, e que provocariam também a perda de receita dos comerciantes.

“Aglomeração e aumento do número de moradores de rua no local, problema que pode ser potencializado com a colocação da tenda; ocultação de placas de publicidade e fachadas das lojas e, por fim, o interesse privado que neste caso se sobrepôs ao público, uma vez que não houve consulta e/ou participação dos comerciantes”.

Mesma opinião tem Marcelo Maciel, que sugere a praça do bairro como alternativa mais viável para abrigar a feira, a exemplo do que ocorre nos bairros São José e Morada do Parque. Como não houve apresentação do projeto, comerciantes e moradores dizem não ter qualquer resposta do poder público sobre questionamentos feitos. 

“Tememos pela colocação da tenda fixa e dos transtornos durante a implantação. Não nos explicaram como ficarão aqueles que possuem telhados, o que será feito com os postes de luz, a fiação e se à noite haverá iluminação por baixo da cobertura. Existem transformadores em postes. E se precisar de manutenção, como será isso?”, questiona Marcelo.

Os R$ 510 mil destinados à cobertura da feira são fruto de emenda parlamentar do deputado Arlen Santiago (PTB), que atendeu a um pedido do vereador Valcir Soares (PTB). O recurso será encaminhado à prefeitura, a quem caberá a execução do projeto, por meio da Secretaria de Agricultura.

O NORTE procurou o secretário de Agricultura Osmani Barbosa, mas até o fechamento da edição ele não retornou o contato.


 

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