
A Polícia Federal de Montes Claros prendeu ontem um casal acusado de clonar cartões magnéticos de pessoas que recebem benefícios do governo federal pela Caixa Econômica. A estimativa é a de que mais de 400 pessoas tenham sido vítimas do golpe, com prejuízo em torno de R$ 100 mil.
A fraude estava sendo investigada há cinco meses e as prisões aconteceram ontem durante a operação Câmera-1. Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e três de busca e apreensão, com recolhimento de veículos e objetos eletrônicos utilizados na prática do crime.
O homem, de 29 anos, responde por roubo de equipamento bancário em São Paulo e já foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região por crimes de clonagem de cartões bancários no Rio de Janeiro. Ele aguardava em liberdade o julgamento do recurso.
Nas investigações, o suspeito foi identificado como integrante de uma das maiores quadrilhas de fraudes bancárias no Rio. Até o fechamento desta edição, a mulher, de 37 anos, ainda não tinha sido ouvida pela polícia e seria encaminhada de Icaraí de Minas até Montes Claros.
DINÂMICA
De acordo com o delegado da Polícia Federal Gilvan Cleófilas Garcia, o casal ia até a agência bancária por volta das 6h e instalava dispositivos que captavam os dados da trilha magnética dos cartões e instalavam uma câmera que captava a digitação das senhas.
“A partir desse processo, a dupla recolhia os equipamentos instalados e produzia cartões de créditos com os dados obtidos fraudulentamente, e efetuavam saques nas contas”, informou o delegado.
Ainda de acordo com Gilvan Garcia, além de Montes Claros, a dupla agia em outras cidades da região, como São Francisco, Pirapora e Janaúba.
O golpe era praticado preferencialmente em portadores de cartões sem chip, por facilitar a captação da trilha magnética. Por isso, a maioria das vítimas são beneficiários de algum programa assistencial, como Bolsa Família, benefício previdenciário, Cartão Cidadão ou seguro-desemprego.
O suspeito foi detido em um hotel no Centro de Montes Claros. A mulher foi presa em Icaraí de Minas. Eles vão responder por furto qualificado.
PREJUÍZO
O prejuízo está estimado em torno de R$ 100 mil. Até o momento, foram registradas cerca de 400 contestações de pessoas que teriam sido lesadas pela quadrilha.
Uma das agências da Caixa onde os golpes foram aplicados é a Veredas, localizada na avenida Deputado Esteves Rodrigues, 802, Centro.
Ainda de acordo com o delegado, as vítimas devem procurar a Caixa Econômica, onde será instaurado um procedimento interno para apurar as responsabilidades.
Se não houve culpa do correntista, a Caixa Econômica irá ressarcir o valor contestado por quem foi prejudicado.