
O índice de inflação em 2018, em Montes Claros, quinta maior cidade do Estado, ficou em 5,93%. A taxa é maior do que o percentual registrado em 2017 – 4,03% –, mas inferior ao de 2016 – 8,55%.
Os números foram divulgados pelo Departamento de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Os grupos Alimentação e Habitação foram os que mais pesaram na composição do índice.
O primeiro bateu 4,11%, influenciado pelos produtos in-natura. Já o segundo, que inclui impostos como IPVA, além das tarifas de ônibus, táxis, combustíveis, água, luz e telefonia ficou em 0,92%.
Na sequência, vêm os grupos de Transporte e Comunicação (0,28%), Vestuário (0,23%) e Saúde/Cuidados Pessoais (0,19%).
O grupo Artigos de Residência (-0,11%) foi o único que apresentou variação negativa. Ele é apontado como o de segundo maior peso no gasto das famílias montes-clarenses.
“As promoções como estratégias comerciais, especialmente da rede varejista de eletroeletrônicos, ajudaram na redução percentual desse grupo”, descreve o relatório.
CESTA BÁSICA
Em uma análise específica sobre a cesta básica, que é composta pelos 13 itens considerados essenciais para a alimentação, o gasto para adquiri-la em Montes Claros representa, atualmente, 32,7% do salário mínimo.
Na análise isolada de dezembro, conforme o estudo, a inflação foi de 0,57%. No entanto, não foi o mês com o maior índice ao longo do ano. Janeiro (0,79%), maio (0,78%), junho (1,35%) e outubro (0,74%) ficaram à frente na análise do percentual registrado mês a mês.
O IPC/Unimontes é feito com base na pesquisa de preços de produtos, bens e serviços em 400 estabelecimentos comerciais da cidade, com coleta de dados sempre no primeiro dia de cada mês.
A equipe é formada por oito pesquisadores coordenados pela professora Vânia Silva Vilas Bôas Lopes. O cálculo é feito com base no rendimento de famílias entre 1 e 6 salários mínimos.
BRASIL
A inflação fechada do país para 2018 será divulgada no dia 11 de janeiro, mas já se sabe que ela deverá vir bem próxima do previsto – cerca de 4,5%. De acordo com o economista Aroldo Rodrigues, Montes Claros acompanhou a linha nacional de inflação, puxada pela alta dos alimentos.
“A previsão é a de que não teremos (no país) pressão por crescimento da inflação em 2019. A alta da inflação em Montes Claros – em 5,93% – segue a linha nacional e foi puxada pelos alimentos. A greve dos caminhoneiros foi um entrave para o crescimento por conta da paralisação da produção do país inteiro. Por conta disso, o país deixou de crescer em torno de 1% do Produto Interno Bruto (PIB)”, avalia.
Mas, segundo Rodrigues, é diferente de 2016, quando houve aumento generalizado dos custos como gasolina, gás, aluguel. “Tudo indica que em 2019 o país vai crescer de maneira sustentável, sem aumento da inflação”, explica o economista.