Com a adição do aplicativo de mensagens, o Cread da Sejusp amplia seu alcance, disponibilizando equipes de psicólogos e assistentes sociais para atendimento e orientação especializada (Divulgação)
A partir da última quinta-feira (2), o Governo de Minas expandiu seus serviços de apoio aos usuários de drogas e seus familiares, oferecendo assistência através do WhatsApp. Com a inclusão do aplicativo de mensagens, o Centro de Referência Estadual em Álcool e outras Drogas (Cread), da Subsecretaria de Políticas sobre Drogas da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), expande seus atendimentos oferecendo equipes de psicólogos e assistentes sociais para orientações e atendimento especializado.
Após o primeiro contato, os profissionais realizam uma avaliação psicossocial e encaminham os usuários para redes de prevenção, atenção e cuidado, incluindo saúde, assistência social, comunidades terapêuticas e grupos de mútua ajuda, como o Alcoólicos Anônimos (AA). O serviço funciona das 8h às 18h, pelo telefone (31) 3273-6204.
Para M.R, mãe de um usuário de drogas, essa ferramenta renova sua esperança. “Meu filho vem fazendo uso de entorpecentes desde os 14 anos, agora está com mais de 40, já tentei um pouco de tudo e não consegui, e por isso, me sinto uma fracassada. Saber que agora tem uma ajuda também pelo WhatsApp, que também facilita o acesso aos profissionais de saúde, pode aliviar o fardo que carrego há anos. Espero que ajude a gente a sonhar em conseguir resolver o que pra gente é impossível”, relata a mãe aflita.
O atendimento via WhatsApp é testado desde janeiro deste ano e já realizou o acolhimento e/ou encaminhamento, por mês, de 120 usuários de drogas e seus familiares. “Para alguns, buscar ajuda sem o contato presencial é mais confortável”. É o que enfatiza a coordenadora do Cread, Karine Valente. “Pois, a internet proporciona uma sensação de anonimato, sendo assim fica mais fácil esse pedido de socorro”.
Ela destaca a dificuldade que muitos enfrentam para buscar ajuda, com medo de julgamentos e de se expor perante a família e a sociedade. “Nesse contexto, a internet surge como uma ferramenta valiosa, permitindo que as pessoas se abram e peçam ajuda de forma mais discreta e confortável, sem a necessidade de se exporem pessoalmente”, relata.
A coordenadora destaca que o WhatsApp ultrapassa essas limitações, permitindo que as pessoas recebam ajuda imediata de profissionais preparados, como assistentes sociais, psicólogos e psiquiatria. Além disso, Karine ressalta que, após autorização do usuário, encaminham para centros de tratamento, como Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Centro Salesiano do Adolescente Trabalhador (CESAM) ou acessar o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), que oferecem suporte à família. Acesso a grupos de apoio mútuo, como AA, entre outros, também é facilitado.
O atendimento aos usuários e as suas famílias, todo gratuito, ocorre, segundo Karine, primeiramente, com um acolhimento humanizado. “A avaliação é individualizada e perguntamos se a pessoa prefere continuar o atendimento pelo WhatsApp, pois, muitas pessoas têm dificuldade de sair de casa. Ao ouvir a voz da pessoa, conseguimos identificar sinais de bem-estar ou se ela precisa de ajuda emergencial. Se necessário, acionamos a rede de saúde para intervenção imediata. A partir de uma avaliação psicossocial, determinamos o perfil da demanda: se a pessoa precisa de cuidados de saúde mental, atenção especial ou assistência emergencial, como acionar o SAMU ou envolver a família para oferecer suporte”, informa a coordenadora.