O programa Leite para a Primeira Infância, do Governo de Minas Gerais, já distribuiu 400 mil litros de leite gratuitamente em 61 municípios desde abril deste ano. A iniciativa, desenvolvida pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) em parceria com o Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene), tem garantido alimento essencial para o crescimento e o desenvolvimento de crianças em situação de vulnerabilidade social.

Atualmente, cerca de 16 mil famílias do Norte e Nordeste do estado, a maioria chefiada por mães solo inscritas no CadÚnico, recebem semanalmente três litros de leite, beneficiando crianças de dois a seis anos. Para muitas delas, o programa representa não somente o acesso a um alimento nutritivo, mas também um alívio no orçamento familiar.

Moradora de Grão Mogol, Bruna Dias Pereira é mãe de duas meninas e uma das beneficiadas pela ação. “Recebo três litros por criança, mas às vezes eles dão seis litros. Varia, porque tem mês que não vem, aí no próximo a gente pega seis”, contou. O leite é usado principalmente na alimentação das filhas, mas também serve para preparar receitas que ajudam a complementar a renda e o cardápio da família. “A gente faz bolo também. Aí come todo mundo e rende mais”, disse satisfeita.

Bruna destaca a importância social do programa, especialmente para mães que precisam trabalhar fora ou não conseguem amamentar. “Ajuda muitas mães. Tem muitas aqui em Grão Mogol que não trabalham. E o leite ajuda demais. Tem mãe que não consegue amamentar ou precisa deixar a criança com alguém para trabalhar. Ao invés de comprar o leite, já tem esse”, afirmou.

Para o governador em exercício, Mateus Simões, o programa Leite para a Primeira Infância representa um investimento no futuro do estado e contribui para o fortalecimento da economia local.

Já a secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Alê Portela, ressaltou que a iniciativa assegura alimentação saudável para as crianças e valoriza a agricultura familiar, fortalecendo a cadeia produtiva do leite.

Os pequenos produtores rurais são os principais fornecedores do programa, entregando o leite a laticínios credenciados pelo Idene, responsáveis pelo beneficiamento e repasse às prefeituras.

O produtor rural Marcos Geovane Ferreira, morador de Riachão, distrito de Montes Claros, é um dos participantes e destaca os benefícios da ação.

“É muito bom, porque é um preço que a gente acha justo, pagando pelo litro do leite, e um valor fixo que tem todo mês, sem a volatilidade do mercado. Porque o leite é um alimento volátil, um mês é um preço, no outro é outro. Com esse preço fixo, a gente pode fazer os compromissos, tanto na ração quanto em outras melhorias na propriedade”, explicou. O valor pago pelo litro é de R$ 2,81, considerado estável e essencial para garantir segurança financeira aos produtores.

Marcos contou ainda que o programa ajuda a manter a produção de qualidade mesmo durante o período de seca. “Sou pequeno produtor, e é uma ajudinha boa para nós. Hoje consigo plantar lavoura para o gado, recebo visita veterinária mensalmente e trabalho com inseminação. Coloquei placa solar nessa época de seca, quando a energia está muito cara, e minha lavoura está toda verdinha mesmo na seca”, relatou.

Segundo o diretor-geral do Idene, Henrique Oliveira Carvalho, a compra direta de pequenos produtores é um fator importante para o desenvolvimento econômico regional. “O programa contribui para o crescimento da atividade econômica local e para a melhoria da renda das famílias rurais”, afirmou.
 
*Com informações da Agência Minas