Segundo Inmet, estação que começa hoje será afetada pelo fenômeno La Niña
(leo queiroz)
Minas Gerais registrou, nesta terça-feira (21), o dia mais quente do ano em Campina Verde, no Triângulo, onde os termômetros marcaram 40,9ºC. A cidade bateu o próprio recorde. Na segunda (20), a temperatura havia atingido 40,2ºC.
Em Montes Claros, os termômetros chegaram a 37ºC, com umidade do ar mínima de 20%. E para esta quarta-feira (22), que marca a chegada da primavera, a previsão é a de que a cidade norte-mineira chegue aos 39ºC, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O Inmet destaca que nesse período de transição do inverno para a primavera, as altas temperaturas são comuns, bem como as grandes amplitudes térmicas, que é a diferença entre as mínimas e as máximas.
Em Montes Claros, por exemplo, os moradores estão convivendo com variações de 17ºC a 37ºC, ou mais.
A previsão para os próximos dias é que o calor intenso continue em todo o Estado, com temperaturas máximas atingindo os 40ºC no Norte e no Triângulo Mineiro.
NOVA ESTAÇÃO
A estação das flores começa nesta quarta-feira às 16h21, e deve ser marcada pelos efeitos do fenômeno climático La Niña. A primavera deve apresentar chuvas e temperaturas irregulares.
O Inmet divulgou nesta terça-feira a previsão para esse período, que se estende até 21 de dezembro.
“Estamos esperando (a ocorrência do) La Niña durante a primavera, mas deverá ser de curta duração e não muito intenso”, disse a coordenadora de Meteorologia Aplicada, Desenvolvimento e Pesquisa do Inmet, Márcia dos Santos Seabra.
Segundo a meteorologista, a probabilidade de que algumas condições climáticas associadas a La Niña ocorram durante a primavera é de 70%. A tendência para o quarto trimestre do ano é que o volume de chuvas supere a média histórica em boa parte das regiões Centro-Oeste e Norte do país, mas fique abaixo da média na região Sul e em partes de São Paulo e de Mato Grosso do Sul.
Ainda de acordo com Márcia, em novembro, a temperatura média deve ficar ligeiramente abaixo da média histórica em áreas da região Sudeste.
MENOS CHUVAS
O prognóstico, no entanto, depende da combinação de uma série de fatores capazes de influenciar o regime de chuvas, como as temperaturas na superfície do Oceano Atlântico, em particular na área oceânica próxima à costa do Uruguai e da região Sul do Brasil.
Embora seja um período de transição entre as estações seca e chuvosa no setor central brasileiro, uma menor precipitação pluviométrica vem sendo registrada ano após ano, já há muito tempo, conforme apontou a meteorologista.
“Desde 1961, durante a primavera, o volume de chuvas vem caindo em todo o Brasil. Essa tendência se acentuou a partir dos anos 2000, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste”, acrescentou Márcia.
*Com Agência Brasil