
A primavera começa na próxima segunda-feira (22), às 15h19, e trará mudanças climáticas marcantes no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), entre os dias 20 e 24, uma frente fria provocará temporais no Sul, Sudeste e partes do Centro-Oeste e Norte, seguida por queda acentuada das temperaturas, com risco de geada no Sul e friagem no Norte. De acordo com o Climatempo, na próxima semana, as temperaturas em Montes Claros variarão entre uma mínima de 14 °C e uma máxima de 34 °C.
A astrofísica norte-mineira, mestra em astronomia e doutoranda em astrofísica, Amanda Silva de Araújo, explica também que a chegada da primavera é marcada pelo fenômeno astronômico conhecido por equinócio. “A primavera, do ponto de vista astronômico, é o período que se inicia no equinócio de primavera e termina no solstício de verão. Esse evento ocorre quando a Terra, em sua órbita ao redor do Sol, está posicionada de forma que seu eixo de rotação não se inclina nem em direção ao Sol, nem para longe dele. Isso faz com que os raios solares incidam de maneira mais direta sobre a linha do Equador, distribuindo luz e calor de forma mais uniforme entre os hemisférios. O equinócio corresponde ao momento exato no qual o Sol cruza o plano do Equador celeste e, nesse dia, a duração do dia e da noite é praticamente igual em todo o planeta”.
“Para nós, no Hemisfério Sul, a primavera de 2025 começa em 22 de setembro e se estende até 21 de dezembro, quando tem início o verão. Já no Hemisfério Norte, a situação é oposta: a primavera começou em 20 de março e terminou em 20 de junho. A razão pela qual as estações são invertidas nos hemisférios Sul e Norte é a inclinação de 23,5° do eixo de rotação da Terra. Essa inclinação faz com que, ao longo da órbita terrestre, um hemisfério receba a luz solar de forma mais direta (verão), enquanto o outro a recebe de forma mais oblíqua (inverno)”, completa Araújo.
LA NINÃ
Relatório da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, a sigla em inglês) aponta que o fenômeno La Niña pode influenciar as chuvas na primavera do Hemisfério Sul. Segundo a meteorologista do Inmet, Danielle Ferreira, a Região Sul tende a registrar menos precipitações, com períodos mais longos de seca. O fenômeno, originado no Pacífico Equatorial, afeta diferentes regiões de formas distintas.
“As frentes frias passam mais rapidamente sobre a parte leste da Região Sul e acabam levando mais chuvas para o Sudeste, podendo chegar até parte do litoral nordestino. Esse comportamento típico nem sempre ocorre, pois é necessário considerar também outros fatores, como a temperatura do Oceano Atlântico (tropical e sudeste da América do Sul), que também pode atenuar ou intensificar os impactos do fenômeno”, esclareceu a meteorologista.
*Com informações da Agência Brasil
