Delegado Theles Bustorff e sua equipe de investigadores de Montalvãnia (Larissa Durães)
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu a investigação que apurou a prática de crimes sexuais, além da posse e produção de pornografia, envolvendo o presidente do Conselho de Segurança Pública de Montalvânia (Consep), Norte de Minas, contra dez adolescentes. O suspeito de 37 anos foi preso durante a operação Sporus, em 1º de agosto deste ano. Conforme as informações policiais divulgadas na sexta-feira passada (25), presidente do conselho explorava a vulnerabilidade social das vítimas como meio para perpetrar os crimes.
“O abusador aproveitava do cargo que ocupava como Presidente do Conselho de Segurança Pública de Montalvânia e conseguia criar a imagem do bom moço que ajudava as crianças e as famílias delas para ninguém suspeitar dele e do que estava fazendo com as vítimas” explicou o delegado, Theles Bustorff.
O indiciamento abrange acusações de estupro de vulnerável, estupro, importunação sexual, tráfico de drogas, posse e produção de pornografia infantil. Além disso, há um indiciamento em relação a uma das vítimas que se encontrava em condição análoga à de um escravo. As vítimas eram adolescentes com idades entre 13 e, no máximo, 18 anos.
O caso só foi revelado, porque uma das vítimas apoiado pela esposa denunciou os fatos. “Na época que ele sofria abuso sexuais ele tinha 13 anos. E viveu esses abusos até os 18 anos. E só agora com 21 anos e casado, teve a coragem de denunciar”, explica o delegado, Theles Bustorff.
No caso desta vítima, o suspeito o dopava com sedativos. “E desconfiado de que algo estava errado, a vítima questionou e o abusador mostrou uma filmagem do abuso, chantageando-o a ficar calado e a permanecer com ele se não ia mostrar para todo mundo. Obrigando o adolescente a partir dali, a praticar sexo com ele sempre que o abusador queria”, comenta o delegado.
Após a primeira denúncia, a polícia chegou às outras vítimas por meio de atividades investigativas realizadas pela PC, nas quais conseguiram identificar, inclusive pelo círculo de relacionamento do investigado, quais eram as demais vítimas.
Antes de assumir o cargo do conselho, o homem de 37 anos passou no concurso da prefeitura como agente municipal de saúde, além de ter exercido o cargo de orientador social por dois anos no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município. “Nesse período que saiu do CRAS, que aproveitou para entrar em contato com as vítimas, e, após sair de lá, assumiu a segurança da cidade” finaliza Bustorff.
“Sobre a prisão por crimes sexuais do presidente do Conselho Municipal de Segurança Pública de Montalvânia – CONSEP, e servidor público efetivo do Município, a Prefeitura de Montalvânia informa que não compactua com quaisquer atos ilícitos envolvendo seus servidores ou quem quer que seja, e que irá aguardar o desenrolar das investigações para tomar as providências necessárias” comentou a prefeitura da cidade em relação ao ocorrido.