
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em parceria com a Polícia Militar (PMMG), deflagrou na última quinta-feira (25) a segunda fase da operação Efeito Dominó, que tem como alvo organizações criminosas envolvidas em tráfico de drogas, homicídios, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A ação, realizada em Porteirinha, Riacho dos Machados, Serranópolis de Minas e Montes Claros, resultou em oito prisões e no cumprimento de 36 mandados de busca e apreensão.
Durante a ofensiva, as forças de segurança apreenderam armas, drogas, dinheiro, objetos de valor e equipamentos usados por criminosos para vigiar a movimentação policial. Entre os detidos, seis foram presos em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas, enquanto os outros dois já tinham mandados de prisão, um temporário e outro preventivo.
A operação é resultado de investigações conduzidas pela Delegacia de Polícia Civil em Porteirinha, com apoio técnico do Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro (LAB/LD) da instituição. O inquérito começou após a prisão de um casal condenado a penas que somam quase 27 anos de reclusão pelos crimes de tráfico, associação criminosa e lavagem de capitais.
A análise das movimentações financeiras revelou uma rede ainda mais ampla, ligada a um foragido da Justiça e ao seu sucessor, apontados como herdeiros da estrutura criminosa na região. As apurações mostram que, entre 2022 e 2024, foram registradas transações suspeitas que ultrapassaram R$ 1,8 milhão.
Outro ponto sensível das investigações envolve a atuação de um vereador local. Documentos e registros financeiros indicam que o parlamentar teria movimentado, de forma fracionada, mais de R$ 200 mil em conjunto com um dos condenados. Parte desse montante pode ter sido destinada ao financiamento de campanha eleitoral em 2024, hipótese que continua sob análise da Polícia Civil.
O delegado André Brandão, responsável pelo inquérito, destacou a relevância da operação: “O trabalho de inteligência da Delegacia em Porteirinha, aliado ao LAB/LD, foi essencial para rastrear fluxos financeiros incompatíveis com a renda declarada dos investigados. Nosso objetivo é reunir provas robustas que permitam responsabilizar os envolvidos e enfraquecer organizações criminosas que há anos atentam contra a segurança da população da região”.
A segunda fase da operação mobilizou mais de 100 policiais. A operação contou com a Coordenação Aerotática (CAT), que utilizou helicópteros, e a Coordenação de Operações com Cães (COC), com apoio de cães farejadores. A Polícia Militar reforçou as ações por meio da unidade de Rondas Ostensivas com Cães (Rocca).
Após os procedimentos legais, os oito presos foram encaminhados ao sistema prisional e permanecem à disposição da Justiça. Foram apreendidos 13 unidades de ecstasy, 7 tabletes e 8 porções de maconha, 110 papelotes de cocaína, 4 pedras de crack, 1 arma de fogo, 5 cartuchos intactos e 1 simulacro, 34 celulares, 2 tablets, 1 notebook e 1 DVR, 4 balanças de precisão, 2 maquininhas de cartão e 1 carregador portátil, 5 câmeras de segurança, 4 cadernos com anotações do tráfico, 1 maleta de pistola e 1 coldre, R$ 10.271,95 em dinheiro, joias em ouro e moedas estrangeiras: 20 pesos e 24 dólares.