Milhares de caixas de cigarros do Paraguai foram interceptadas neste fim de semana. (Ascom/Polícia Federal/divulgação)
Em apenas duas semanas, estradas norte-mineiras foram palco de pelo menos três grandes apreensões de carga de cigarro contrabandeado. Os caminhões, sempre acompanhados de carros batedores, foram interceptados pelas autoridades após denúncia anônima.
A última ocorrência foi neste fim de semana, com a apreensão de aproximadamente mil caixas de cigarros pela Polícia Federal. A ação aconteceu a partir de denúncias que levaram policiais federais e rodoviários federais a um posto de combustíveis na BR-251, entre Montes Claros e Francisco Sá.
No local, três pessoas foram presas em flagrante. Nos dois caminhões foram encontrados ainda quase cem comprimidos de rebite. De acordo com a polícia, há indícios de que a carga iria para Pernambuco, Nordeste do país.
Na última quarta-feira (29), a Polícia Militar Rodoviária também interceptou um caminhão-baú na BR-135. O veículo seguia de Belo Horizonte para Montes Claros, e teria como destino a cidade de Jaíba.
A carga continha 300 caixas de cigarros vindos do Paraguai. A abordagem do veículo foi feita após denúncia anônima. Os policiais também fizeram buscas no veículo usado como batedor e apreenderam cerca de R$ 7 mil em dinheiro e R$ 27.505 em cheques. Duas pessoas foram presas e encaminhadas para a Delegacia da Polícia Federal.
OUTRA APREENSÃO
Em 20 de junho, a polícia já havia interceptado duas carretas que seguiam para Belo Horizonte carregadas de cigarros contrabandeados. Seis pessoas foram presas. O veículo que transportava a carga era acompanhado por dois carros batedores.
As pessoas presas na operação foram encaminhadas à Delegacia da Polícia Federal em Montes Claros e responderão por associação criminosa e contrabando.
De acordo com Pedro Dias, delegado responsável pela ação deste final de semana, o inquérito será concluído e encaminhado à Justiça.
ROTA
O delegado confirma que Montes Claros, pela posição geográfica, acaba sendo rota para esse tipo de crime. “Recentemente, tivemos uma quantidade considerável de carga apreendida. Não é necessariamente rota de cigarro, mas de cargas em geral. O que acontece é que o Nordeste e o Sudeste do país passam por aqui. No espaço de três semanas foram apreensões consideráveis”, relata.
Os veículos, dois caminhões e a carga já estão na Receita Federal. O delegado da Receita, Andrey Oliveira, explicou que é feito um processo administrativo antes das destinações dos veículos e o ciclo completo leva entre quatro a seis meses.
“É oferecido ao contribuinte o direito de defesa. Já o cigarro não segue esse rito. Tem destinação prioritária, que é a destruição. Atualmente, praticamos a destruição sustentável, diminuindo custos e respeitando o meio ambiente. Tabaco é transformado em adubo e o filtro em material de construção, principalmente telhas”, explica Andrey.