
Minas confirmou mais duas mortes de crianças por Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), doença que está associada à Covid-19. Além dos óbitos, os casos também aumentaram e já passam de 200. O cenário reforça o alerta aos pais sobre a urgência da vacinação infantil e a necessidade do uso de máscara nas escolas.
As últimas mortes ocorreram em Ribeirão das Neves, na Grande BH, e Viçosa, na Zona da Mata. O sexo e a idade das vítimas não foram informados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Em Montes Claros já foram confirmados seis casos da doença e um registro em criança moradora de Bocaiuva. Não houve óbitos.
O infectologista Unaí Tupinambás, membro do Comitê Popular de Enfrentamento ao coronavírus, recomenda a volta do uso obrigatório de máscaras em locais fechados, principalmente nas salas de aula.
“Só a vacina não é suficiente para proteger. É necessário fazer a combinação da máscara com a vacina para ter uma proteção maior”, ressalta o médico e professor da UFMG.
Atualmente, a vacinação infantil está estagnada em Minas. Apenas 35% do público de 5 a 11 anos completou o esquema. Ao todo, 1,1 milhão de crianças não receberam a segunda dose. O número é o mesmo desde meados de abril.
O infectologista José Geraldo Leite Ribeiro engrossa o coro de que a melhor forma de evitar a síndrome pediátrica é a imunização. “A doença costuma ocorrer semanas após a infecção, o que dificulta o diagnóstico. Publicações nos Estados Unidos mostraram que a vacinação é capaz de evitar a síndrome”, afirma.
SÍNDROME
Minas já confirmou 204 casos da SIM-P. Belo Horizonte é a cidade com mais notificações: 59. Entre os doentes, 58% são do sexo masculino. A média de idade é 6 anos. Destes, 82,78% não apresentaram comorbidades.
Os pacientes podem apresentar insuficiências respiratória e cardíaca, além de doença renal. Os principais sintomas são febre, manchas vermelhas na pele, conjuntivite, edema nos pés e nas mãos.
* Com Raquel Gontijo