
Famílias de 55 municípios mineiros começaram a ser beneficiadas pelo programa Leite para a Primeira Infância, lançado pelo Governo de Minas por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) e do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene). A iniciativa tem como objetivo garantir a segurança alimentar de crianças de dois a seis anos e fortalecer a economia rural local, especialmente nas regiões com maiores índices de vulnerabilidade social.
Com investimento inicial de R$ 10 milhões, o programa prevê a entrega semanal de três litros de leite por família, beneficiando cerca de 15 mil famílias nesta primeira fase. Em Montes Claros, 5.368 famílias estão entre as contempladas. O foco são crianças de famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com prioridade para aquelas chefiadas por mães solo e que ainda não são atendidas por programas federais como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Leite.
Lucélia Diana Oliveira, mãe de três filhos e moradora de Montes Claros, vê o programa como um alívio. “Vai ser bom, demais. Porque às vezes a criança tem um ano e dois meses, mas nem sempre o leite materno é suficiente para ela. É um complemento”, diz. “E se sobrar, vou usar para fazer outras coisas. Porque não é só o leite, eles comem um biscoito, comem um bolo, né? Um mingauzinho.”
Sem companheiro e cadastrada no CadÚnico, ela cria os filhos sozinha. “Por isso esse leite vai além da alimentação de todo dia, ele representa um apoio a mais pra manter minha família alimentada”, afirma.
O Programa Leite para a Primeira Infância já atende os Vales do Jequitinhonha, Mucuri, Rio Doce, além das regiões Norte, Noroeste e Central de Minas. “A ampliação representa um avanço importante na luta contra a insegurança alimentar e no incentivo à economia rural local”, destaca o vice-governador.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E HUMANITÁRIO
O vice-governador Mateus Simões, em exclusiva para O NORTE, destacou como diferencial da proposta a aquisição exclusiva de leite proveniente da agricultura familiar, por meio de laticínios credenciados pelo Idene. Segundo ele, o programa garante nutrição às crianças e gera renda para pequenos produtores, impulsionando o desenvolvimento sustentável das comunidades envolvidas.
“O Leite para a Primeira Infância foi uma decisão baseada na constatação da importância de suplementar a alimentação infantil após o aleitamento materno”, explicou Simões. “Crianças subalimentadas, sem cálcio e vitaminas, acabam comprometendo seu desenvolvimento físico e mental em uma fase crucial da vida”.
O programa já está implantado em 53 municípios e será expandido para mais 55, totalizando 108 cidades atendidas. A expectativa é de que ele se torne uma política permanente do Estado. “Ele já integra nossa política de Atenção à Primeira Infância, ao lado de ações como pré-natal e vacinação. Estamos estudando, inclusive, formas de ampliá-lo para centros urbanos mais populosos, onde há demanda, mas não há produção de leite”, afirmou o vice-governador.
A coordenação da distribuição do leite ficará a cargo do Idene, responsável por garantir que os produtos cheguem de forma segura às famílias mais necessitadas. Em diálogo com o órgão, foi informado que “o município de Montes Claros está entre os elegíveis para receber o programa no momento de expansão, com a distribuição do leite pasteurizado”. Além disso, segundo a nota, “a ampliação será feita de forma gradual, respeitando a capacidade de produção e logística dos laticínios credenciados.” Inicialmente, o programa distribui leite UHT e pasteurizado, mas a intenção é priorizar o leite UHT pela validade maior e facilidade de transporte.
*Com informações da Agência Minas