Em Montes Claros, funcionários realizaram ação pacífica em frente a sede da empreiteira (ARQUIVO PESSOAL)
A semana começou com uma paralisação de funcionários da Empresa de Serviços Elétricos e Construções (ESEC), empreiteira que presta serviços para a Cemig. Segundo o Sindicato da Construção Civil, órgão ao qual os trabalhadores da ESEC estão vinculados, cerca de 1.500 trabalhadores das cidades de Montes Claros, Janaúba, Januária e Salinas, entre outras, reivindicam 8% de reajuste salarial, um aumento de R$ 300 no vale-alimentação e melhorias no convênio de saúde, devido a dificuldades de acesso ao atendimento médico.
“Precisamos de valorização. Os trabalhadores são qualificados e os riscos são permanentes. Há uma defasagem salarial. Nossa proposta é de 8% de reajuste, mas eles estão resistentes e propõem apenas 3,5%”, disse Augusto Fraga, diretor financeiro do Sindicato da Construção Civil, ressaltando que o trânsito na Avenida João XXIII, em frente à sede da ESEC, chegou a ficar tumultuado, mas sem maiores problemas. “Anualmente fazemos acordo, mas desta vez está difícil a negociação. Não temos previsão de retorno às atividades”.
Procurada para falar sobre o assunto, a Esec comentou que “a empresa esclarece que anualmente celebra acordo com sindicato que representa a categoria, no entanto, esse ano as negociações foram infrutíferas, apesar da empresa ter oferecido um reajuste considerando a reposição da inflação no período, além de 11,1% dos benefícios de alimentação, sendo que o índice de reajuste salarial requerido pela entidade sindical está totalmente fora da capacidade econômica da empresa, que sempre honrou com todos os direitos trabalhistas. Assim, para resolver o impasse, a própria empresa procurou a justiça do trabalho, por meio de um dissídio econômico, para definir o reajuste a ser aplicado. Deste modo, entendemos ser desnecessária a paralisação. Em relação às alegações de desvalorização salarial e incompatibilidade entre a qualificação e os serviços prestados, a informação não procede, pois, a empresa investe no desenvolvimento de seus trabalhadores, transformando pessoas sem profissão em profissionais devidamente capacita
dos”.
Ainda em nota, a empreiteira também informou que não houve paralisação em Janaúba e que nas outras cidades a adesão ao movimento foi parcial. No início do dia, os trabalhadores que aderiram ao movimento tentaram impedir o direito de ir e vir dos colegas que continuaram trabalhando normalmente em Montes Claros e Januária, mas a situação foi resolvida com o apoio da Polícia Militar. As atividades da empresa seguem normalmente, pois a paralisação é parcial.
Procurada, a Cemig informou que “está acompanhando de perto as negociações entre a Esec, empresa responsável pelo atendimento em parte da região Norte, e os seus empregados que entraram em greve nesta segunda-feira (19/8). A companhia informa ainda que o atendimento ao consumidor não foi afetado pela paralisação”.