Cerrado

Frutas típicas dos Gerais

Polpas do Cerrado transformam vida de agricultores no Norte de Minas

Larissa Durães
larissa.duraes@funorte.edu.br
Publicado em 26/06/2025 às 05:14.Atualizado em 26/06/2025 às 05:36.
Depois da capacitação-MG, a renda familiar do agricultor Xisto Pereira, teve um aumento de 20 a 30% (Arquivo pessoal)
Depois da capacitação-MG, a renda familiar do agricultor Xisto Pereira, teve um aumento de 20 a 30% (Arquivo pessoal)

A produção de polpas de frutas típicas do Cerrado tem gerado uma verdadeira transformação social e econômica no Norte de Minas. Um dos destaques dessa mudança é a atuação da Associação Quilombola de Gerais, que reúne 65 agricultores familiares e, desde 2023, passou a comercializar produtos com registro no Ministério da Agricultura. Com apoio técnico da Emater-MG e melhorias estruturais na unidade de beneficiamento, a iniciativa passou a atender mercados mais amplos e exigentes.

Entre os sabores produzidos estão acerola, manga, cajá, tamarindo, jenipapo, goiaba, maracujá e umbu, frutas comuns nos quintais da região e altamente valorizadas por seu sabor e valor nutricional. A boa aceitação das polpas nas escolas de Ubaí incentivou a entrada da associação no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), ampliando o alcance da produção.

Somente em 2024, a associação comercializou 2,2 mil quilos de polpas para as redes estadual e municipal de ensino de Ubaí. 

De acordo com o secretário municipal de Agricultura, Hélio Ferreira Veloso, o impacto do projeto é duplo: “Além de oferecer alimentação saudável aos alunos, o projeto gera renda para os produtores locais. Estamos planejando a criação de um viveiro de mudas para expandir ainda mais a produção.”

Com a adesão de mais escolas em municípios vizinhos, como Brasília de Minas, a iniciativa deverá crescer ainda mais em 2025. A associação já iniciou os trâmites para ampliar sua participação no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), fortalecendo a comercialização institucional.

O agricultor familiar Xisto Martins Pereira, de Ubaí, é um dos beneficiados. Há cerca de nove anos, ele e a esposa trabalham com o processamento de frutas nativas, e encontraram nas capacitações promovidas pela Emater-MG e outras entidades parceiras a base para profissionalizar o negócio. “Depois que a gente fez a capacitação, a gente viu que fazia sentido. Eu e minha esposa nos envolvemos mesmo, e graças a Deus não temos do que reclamar. Está ajudando muito, e estamos sempre buscando melhorar”, afirma.

Segundo Xisto, a produção de polpas com frutas como umbu, goiaba, tamarindo, acerola e manga trouxe crescimento significativo para a família. “Depois da capacitação, melhoramos a qualidade das polpas e a produção aumentou entre 30 e 40%. A renda também subiu uns 20 a 30%. Estou feliz, muito satisfeito. A procura aumentou bastante. A associação vende para o PAA, para o PNAE, e está sendo bem aceita”, celebra.

Mesmo com os avanços, os desafios são constantes. Para atender às exigências do Ministério da Agricultura, os produtores precisam seguir rigorosas normas sanitárias e ambientais. “Tem exigência sim. Nas capacitações a gente aprende que tem que aprimorar o máximo. Além disso, tem a questão do meio ambiente, muitas coisas que precisam ser seguidas”, relata o agricultor.

O coordenador regional de Culturas da Emater-MG, Matheus Felipe Freire, destaca que o maior obstáculo ainda é a mobilização social. “O associativismo ainda é pouco difundido na nossa região, e isso dificulta a adesão dos agricultores aos projetos coletivos”, explica. *Com informações da Agência Minas

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