Benjamim Oliveira Júnior
Correspondente
JANAÚBA – Pelo menos quatro pessoas morreram em situações distintas em Janaúba, no final de semana. Duas mortes foram em virtude de acidente e outras duas por homicídio. Os fatos aconteceram no intervalo de seis horas, no domingo, 05. A população desta cidade comoveu-se diante da brutalidade dos assassinos e da possível imprudência do condutor de uma moto.
Por volta das 18h30 de domingo, 05, João Pereira dos Santos, conhecido por Nego, conduzia uma moto na estrada de Janaúba ao distrito de Vila Nova dos Poções, distante aproximadamente 18 quilômetros da cidade. Ele levava Maria Edilânia Pereira Silva na garupa. A moto colidiu num caminhão carregado de bananas, numa estrada sem pavimentação, nas imediações da comunidade de Jacarezinho, a poucos metros do asfalto e do trevo de acesso ao aeroporto municipal.
Em conseqüência da batida, os corpos de João Pereira e Maria Edilânia foram arremessados para fora da pista. A mulher foi de encontro a uma cerca de arame, em que ficaram fios de cabelo. De acordo com a PM, os dois ocupantes da moto tiveram traumatismo craniano. O motorista do caminhão fugiu, mas foi localizado e encaminhado à delegacia, onde prestou depoimento e foi liberado. João Pereira morava na comunidade de Colonização II, município de Nova Porteirinha, e Maria Edilândia residia no Bairro Casas Populares, em Janaúba.
MORTE ANUNCIADA
Os homicídios aconteceram na tarde de domingo. As duas pessoas que morreram teriam se encontrado e concordado em farrear. Carlos Antônio de Souza, o Carlim de Belô, 39 anos, servente de pedreiro, não imaginava que o parceiro de bebida Ananias Rodrigues dos Santos, o Negão Ananias, 44 anos, na verdade participava da encomenda de morte do servente.
O intuito era embebedar Carlim debelo, como de fato aconteceu, para que os irmãos Elton Teixeira, o Tim Telefone, 28 anos, e Carlos Teixeira, o Neguinho, 19 anos, matassem o servente de pedreiro. Neguinho efetuou um disparo de espingarda que atingiu Carlim de Belô que, em seguida, foi agredido várias vezes com uma barra de ferro, por Tim Telefone. Os irmãos fugiram e deixaram a vítima em agonia, até falecer.
VINGANÇA
Momento depois, parentes e amigos de Carlim de Belô juraram vingança e anunciaram que iriam atear fogo na casa de Tim Telefone. Antes disso, policiais militares encontraram Negão Ananias, tido como suspeito do crime e que possivelmente estaria armado. Ele foi revistado e nada encontrado e tampouco o que o incriminasse. Negão Ananias foi liberado e orientado para ir embora. Ele, no entanto, respondeu que estaria pronto para ver o cadáver.
Por volta de 15h50, a PM tomou conhecimento do assassinato de Negão Ananias, nas proximidades da casa de Tim Telefone. Ele foi atingido por um tiro na cabeça. Ao lado do corpo havia uma garrafa de aguardente. Populares informaram que um grupo de amigos de Carlim de Belô foi quem matou Negão Ananias, que protegia a casa do amigo. Outros comparsas de Negão estiveram vigiando a casa, mas saíram a cavalos e deixaram Ananias Rodrigues no local.