Logotipo O Norte
Sexta-Feira,21 de Novembro
Saúde Pública e Inovação

Congresso debate desafios da saúde no Norte de Minas

Finaciamento permanece sendo gargalo para uma política de saúde mais efetiva

Márcia Vieira
Publicado em 07/11/2025 às 05:28.

Os desafios da saúde no Norte de Minas foram debatidos no Congresso Norte Mineiro de Saúde Pública e Inovação, realizado pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto Rio Pardo ( Cisarp). Ramon D’Angelis, Secretário Executivo do Consórcio, destaca que o debate é uma ferramenta imprescindível para o fortalecimento da saúde regional e a tecnologia tem ajudado nesse sentido, como por exemplo o uso de drones no combate as arboviroses, que reduziu em 90% os casos, de 2024 para 2025”.

O médico Helvécio Magalhães, que ocupou secretarias de Estado e cargo no Ministério da Saúde, é palestrante no evento. Em entrevista ao O NORTE, ele destacou que a pauta da saúde nunca cessa e debater as dificuldades e possíveis soluções é uma necessidade. Ele conduziu a discussão sobre a integralidade da atenção à saúde, que é um princípio constitucional, ou seja, garantir que a saúde chegue a todos. O maior desafio, tanto no Norte de Minas, como no restante do pais é o subfinanciamento do SUS, conforme o médico. “A saúde pública universal é absolutamente necessária, já mostrou os seus benefícios para o Brasil, os resultados do SUS são extraordinários, mas tem desafios. O principal deles é o financiamento, mas também o jeito de gastar o dinheiro, não só combatendo os desvios, mas utilizando nas necessidades das pessoas. E aí, programas articulados que juntam consultas com exames, com cirurgias, são bem-vindos para melhor utilizar o recurso público”, disse.

Para ele, o “Agora Tem Especialistas”, tem apresentado resultados relevantes, desde que iniciado, em 2023, e de acordo com o palestrante, é considerado como prioridade absoluta para o Governo Federal, no que diz respeito a redução do sofrimento das pessoas que aguardam nas filas. “As cirurgias eletivas estão mais ágeis, e algumas especialidades como ortopedia e oftalmologia, tem volumes grandes. Mas também os exames de imagem, ultrassom, ressonância, endoscopia, colonoscopia e algumas especialidades. Nesse cenário, implantar o tele-saúde e qualificar os profissionais é fundamental”, acrescenta. Ele destacou ainda que os consórcios tem um papel significativo no gerenciamento da saúde, e cabe aos municípios, cuidar da sua população, disponibilizando e facilitando o acesso dentro dos mecanismos existentes, com transparência. “Não existe zerar a fila. Existe reduzir tempo de espera porque a cada dia que uma pessoa é operada, outra entra com o pedido. O importante é diminuir o tempo de espera.”, ressaltou. 

Maurina Fonseca Mota de Matos, prefeita de Ibiaí, reitera que o maior obstáculo reservado a área da saúde é mesmo o financiamento. “ Tudo é muito caro e complexo na saúde e nossa arrecadação é pouca. O custeio pelo SUS é baixo e isso atrasa o atendimento a população que muito necessita”, disse a prefeita. Ao participar do Congresso, ela pretende compartilhar os problemas e observar sugestões de soluções, de práticas exitosas, que podem servir como referência de um município para outro.

Prefeita de Indaiabira, Talyane Alves, diz que “a saúde é muito complexa, mas tem que ter prioridade no município”. 

Compartilhar
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por