Resíduos orgânicos gerados na Central de Abastecimento do Norte de Minas (Ceanorte) e no Mercado Municipal Christo Raeff, estão sendo transformado em adubo, a partir de um processo de compostagem. 

É o projeto “Composto aos Montes”, uma parceria entre as secretarias de Serviços Urbanos (SSU) e Agricultura e Abastecimento. O projeto teve início dia 8 no Ceanorte e O NORTE foi conhecer nesta segunda-feira (14).

O vice-prefeito Guilherme Guimarães, que também é secretário municipal de Serviços Urbanos, falou sobre o pioneirismo de Montes Claros neste tipo de ação. 

“Somos um dos poucos municípios do Brasil a adotar esta medida. O mesmo lixo que hoje destinamos ao aterro sanitário agora será reaproveitado, sem que precisemos gastar mais por isso”, explicou.

Se o programa der certo, vai alcançar de início os produtores de Montes Claros, e com o andar irá alcançar também o meio ambiente fazendo mudas para serem distribuídas nas escolas, para as hortas. 

“É um programa que está tendo início agora, mas que pode ir muito mais além”, avalia o gerente da Ceanorte, Afrânio Eleutério Nogueira, conhecido como Júnior de Afrânio.  

“A intenção do programa é expandir e chegar até os condomínios e sacolões, indo muito mais além do que só atender o produtor rural”, informa. 

Em reunião realizada com servidores da Ceanorte, o secretário de Agricultura e Abastecimento da Prefeitura, Osmani Barbosa, falou sobre a importância do projeto. 

“Após o Mercado Municipal, a implantação deste projeto na Ceanorte vai beneficiar um número muito maior de produtores da nossa região, constituindo um importante benefício para a produção local”, explicou.
 
COMPOSTAGEM
Em Montes Claros, cadastrados no Ceanorte, estão 148 produtores.  

“São 480 produtores no Norte de Minas, espalhados até a divisa com a Bahia, que entregam produtos aqui. Mas o atendimento imediato da entrega da compostagem vai ser o produtor de Montes Claros”, informa Afrânio. 

Os resíduos serão colocadas nas caçambas estacionárias onde cada unidade de abastecimento serão separadas nas cores, marrom (resíduos orgânicos) e verde (resíduos secos). Desta forma, restos de guardanapo, ossos, alimentos, cascas de frutas, vegetais, cascas de ovos, plantas, entre outros, serão reaproveitados na produção de adubo, que irá para os próprios produtores rurais que comercializam no local. 

Atualmente, o Mercado Municipal Christo Raeff e a Ceanorte produzem cerca de 70 toneladas por mês de resíduos orgânicos. Deste total, após o trabalho de compostagem, cerca de 12 toneladas deverão retornar aos produtores, para que possam utilizá-las na produção de alimentos.
 
14 TONELADAS/MÊS 
“Na licitação colocamos que 50% de todo o processo de compostagem vai ficar para a prefeitura, e 50% para a empresa. Em média, a prefeitura vai receber da Ceanorte e do Mercado Central 14 toneladas/mês de adubo. Vamos utilizar para as praças públicas, viveiro municipal e, também, vamos devolver para os produtos rurais”, informa a Gerente de regulação Urbana, Geane Caetano. 

Esses resíduos serão coletados e encaminhados para a usina de compostagem C2 Ambiental ltda, que venceu a licitação.

“Todo o resíduo do mercado e Ceanorte, hoje é encaminhado para o aterro sanitário. Como a prefeitura já paga o valor de R$110 para aterrar, vamos usar este dinheiro para o projeto de compostagem”, esclarece a gerente. 

“Hoje, o que se encaminha para o aterro é somente o que não é reaproveitável. E vai ser a mesma lógica para a compostagem:somente a fruta e o legume que não poderá ser reaproveitado”.

Geane explica, também, sobre a diferença do que não é reaproveitável e vai virar compostagem e o que se pode doar para famílias carentes. 

“A população pode ficar tranquila, só vai para o projeto o material que realmente não é reaproveitável e não pode ser aproveitado”, tranquiliza a todos.