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Sexta-Feira,17 de Maio

Cerrado: um bioma repleto de riquezas

Além da variedade da fauna e flora, área abriga povos tradicionais que vivem dessa biodiversidade, como indígenas, quilombolas e geraizeiros

Da Redação*
Hoje em Dia - Belo Horizonte
12/09/2020 às 02:42.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:31

(fotos manoel freitas/arquivo o norte)

Muito se fala em preservar a flora e a fauna do Cerrado, mas pouco se fala dos povos e comunidades tradicionais que vivem desse bioma, que sobrevivem dos recursos naturais, como indígenas, quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos, babaçueiras e vazanteiros. Todos detêm conhecimento tradicional da biodiversidade e fazem parte do patrimônio histórico e cultural do Brasil.

Nesta sexta-feira (11) foi celebrado o Dia do Cerrado, um bioma de extrema importância natural e econômica para o país e, principalmente, para Minas Gerais - destacando-se aí o Norte de Minas. Segundo o Mapa Biomas e Sistema Costeiro-Marinho do Brasil, elaborado pelo Instituo Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE), o Cerrado é o único bioma presente nas cinco regiões do país. Ele ocupa 23% do território nacional, mas apenas 8% estão protegidos.

O governo brasileiro, no entanto, ainda não tem o mapeamento dos povos tradicionais. Não se sabe ao certo quantos são e onde vivem exatamente. Em uma iniciativa inédita no país e com o apoio de diversas entidades governamentais e não governamentais, o Ministério Público Federal desenvolve, em parceria com o Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT), uma plataforma digital para mapear e disponibilizar amplo acervo de dados georreferenciados de áreas ocupadas tradicionalmente por esses povos e comunidades.

No Norte de Minas são várias as comunidades de quilombolas, indígenas, geraizeiros e vazanteiros que possuem uma cultura e tradição riquíssimas, muitas vezes esquecidas, e que têm no Cerrado a forma de sobrevivência.
 
RENDA
O Cerrado gera renda para as comunidades tradicionais. Esses povos têm uma relação de pertencimento de seu território com suas raízes, com a família, modos de vida e sua identidade. O conhecimento popular sobre a biodiversidade do Cerrado é vivenciado no dia a dia dessas comunidades.

O agroextrativismo de produtos da flora, fauna, frutas, sementes, fibras, cascas e mel fortalece a economia dessas comunidades e contribui para a segurança alimentar, além de expressar a cultura e a identidade de cada povo.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o Cerrado é considerado um dos hotspots mundiais de biodiversidade. Isso significa que é uma área rica em espécies endêmicas, mas que sofre com alto grau de ameaça na perda de habitat.
 
PATRIMÔNIO NACIONAL
De todos os biomas presentes no Brasil, apenas o Cerrado e a Caatinga não são considerados Patrimônio Nacional. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 504 tramita no Congresso Nacional desde 2010 para garantir que os dois biomas se juntem à Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal, Zona Costeira e Serra do Mar garantidos no Artigo 255 da Constituição brasileira.

Incluir o Cerrado e a Caatinga como Patrimônio Nacional é importante porque assegura – na forma da lei - a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso de recursos naturais.

*Com Agência Brasil

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