Em 30 das 54 cidades que integram a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, 299 casos de dengue já foram contabilizados desde o início do ano, a maioria na vizinha Janaúba, com 121 registros, seguida por Riacho dos Machados (66), Espinosa (51) e Montes Claros (33). O recorte mostra ainda 82 casos de febre Chikungunya em 18 municípios, a maioria em Montes Claros (43) e Francisco Sá (31).
Para tentar frear o avanço do número de casos, a SRS intensificou as ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito que transmite também Zika e febre amarela. Ação começou por Espinosa, com utilização de equipamentos de Ultra Baixo Volume Veicular – (UBV) para a eliminação de mosquitos adultos.
O equipamento foi disponibilizado também para Montes Claros, onde estão sendo registrados altos índices de infestação do mosquito em diversos bairros.
Espinosa, Francisco Sá, Salinas, Rio Pardo de Minas e Pai Pedro receberam equipes técnicas da Superintendência Regional de Saúde para a realização de forças tarefas de combate ao vetor do mosquito.
“A utilização de equipamentos de UBV constitui a última medida que deve ser adotada para a eliminação do Aedes aegypti.”, diz o coordenador de vigilância epidemiológica da SRS, Valdemar Rodrigues dos Anjos.
“Como recentemente tivemos bom período de chuvas na região, é necessário que os serviços de vigilância epidemio-lógica e de saúde dos municípios intensifiquem as ações de eliminação dos focos de proliferação do Aedes aegypti, com a realização de mutirões para o recolhimento de pneus e outros materiais que servem para o acúmulo de água e, consequentemente, favorecem a proliferação de mosquitos”, reforça.
Para outra coordenadora, Agna Soares Menezes, é necessário colocar em prática os planos de contingência elaborados no segundo semestre do ano passado para o controle do Aedes aegypti.
“Assim como aconteceu nos anos de 2010, 2013, 2016 e 2019 a previsão era de que em 2022 teríamos novo período sazonal de aumento dos casos notificados de arboviroses”, relembra.
“Nesse contexto, no segundo semestre do ano passado os municípios foram orientados a reforçar os serviços de atenção primária à saúde para atender as demandas da população, fazer os encaminhamentos necessários para os tratamentos adequados, além de notificar os casos o mais rápido possível”.
ESTATÍSTICAS
Até 15 de março deste ano, Minas registrou 10.322 casos prováveis de dengue. Desse total, 3. 885 casos foram confirmados. Um óbito foi confirmado e outros seis estão sendo investigados.
Em relação à febre Chikungunya, foram 626 casos prováveis da doença, dos quais 84 confirmados. Até então, não há nenhum caso de óbito confirmado ou sendo investigado.
Quanto ao vírus Zika, foram registrados 16 casos prováveis e um confirmado. Também não há óbitos por Zika no Estado.
Agna Menezes observa que as secretarias municipais de saúde receberam recursos financeiros e foram orientadas quanto à elaboração dos planos de contingência, nos quais são definidas todas as ações que devem ser implementadas para o controle do Aedes.
“Com o aumento de casos notificados de arboviroses na região, o momento atual exige que os municípios coloquem as ações em prática, entre elas manter tambores e caixas d’água tampadas; eliminar água de vasos de plantas; limpeza de ralos e de vasilhames com água para animais domésticos, entre outras medidas”.
No mês passado os 86 municípios que compõem a macrorregião de saúde do Norte de Minas receberam da SES-MG aporte de R$ 3,673 milhões para prevenção e assistência aos pacientes acometidos por doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
O repasse dos recursos levou em conta o porte populacional de cada município. Receberam maior montante Montes Claros (R$ 397,1 mil); Janaúba (R$ 89,8 mil); Januária (R$ 86 mil); Pirapora (R$ 75,9 mil); São Francisco (R$ 75,8 mil); Bocaiúva (R$ 70,2 mil); Salinas (R$ 62,5 mil); Várzea da Palma (R$ 60,8 mil); Jaíba (R$ 60,4 mil); Porteirinha (R$ 59 mil); Taiobeiras (R$ 55,9 mil); Brasília de Minas (R$ 54,1 mil): Espinosa (R$ 53,8 mil); Rio Pardo de Minas (R$ 52,9 mil) e Buritizeiro (R$ 50,3 mil).