
Três municípios norte-mineiros – Capitão Enéas, Jaíba e Pai Pedro – apresentaram, nas últimas quatro semanas, alto número de arboviroses por 100 mil habitantes. Para frear esse avanço, as coordenadorias de Vigilância Epidemiológica e de Saúde da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) e gestores das três cidades participaram, na 4ª feira (14), de videoconferência com foco no alinhamento de ações para conter o aumento das notificações de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Mesmo com o período das chuvas estando numa fase inicial no Norte de Minas, os três municípios têm apresentado aumento das taxas de casos notificados de dengue e febre Chikungunya.
De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), o município de Capitão Enéas totalizou 135 casos notificados de arboviroses, nas últimas quatro semanas, sendo 94 de febre Chikungunya e 41 de. Uma taxa de incidência de 877,30 casos notificados de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti por 100 mil habitantes.
No mesmo período, foram notificados em Jaíba 102 casos de dengue e 66 de febre Chikungunya – taxa de incidência de 421,58 casos de arboviroses por 100 mil habitantes.
Em Pai Pedro, nas últimas quatro semanas foram notificados 15 casos de dengue. Com isso, a taxa de incidência está em 245,98 casos por 100 mil habitantes.
VIGILÂNCIA CONSTANTE
Na abertura da videoconferência a superintendente regional de saúde, Dhyeime Thauanne Pereira Marques, reforçou a importância dos municípios intensificarem as ações de eliminação de focos do Aedes aegypti, visando evitar que a situação fuja do controle dos gestores de saúde o que, consequentemente, proporcionará aumento de pessoas acometidas pelas doenças transmitidas pelo mosquito.
“Estamos numa situação que traz muitos desafios para os municípios e para a Superintendência Regional de Saúde. Por isso, é importante direcionarmos nossos esforços na ampliação de parcerias visando intensificarmos o trabalho de combate ao Aedes aegypti, pois toda a população está suscetível a doenças”, frisou a superintendente.
MÉDIO RISCO
Valdemar Rodrigues dos Anjos, referência técnica da SRS de Montes Claros, avalia que o município de Pai Pedro está numa situação de médio risco para o aumento de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, pois a taxa de incidência está abaixo de 300 casos por 100 mil habitantes.
“Apesar disso, o município precisa dobrar os esforços para eliminar focos de proliferação do Aedes aegypti, pois nas últimas semanas as taxas de incidência estão aumentando”.
População precisa ajudar no combate
Durante a videocon-ferência, com base em visitas técnicas e de capacitações realizadas envolvendo profissionais de saúde dos municípios ,as referências técnicas das coordenadorias de Vigilância Epidemiológica e de Saúde da SRS – Ronildo Barbosa, Cássia Nely Morais e Ildeni Meireles – destacaram a importância das secretarias de saúde reforçarem as equipes de trabalho e a mobilização da população para as ações de enfrentamento ao Aedes aegypti.
A coordenadora de vigilância em saúde, Agna Soares da Silva Menezes lembra que “os municípios precisam intensificar e fortalecer o trabalho executado pelos agentes de controle de endemias, dotando as equipes de equipamentos e orientações técnicas para que possam executar suas atividades com eficiência. Além disso, é necessário que as ações de mobilização da população sejam intensificadas, levando em conta que a maioria dos focos do Aedes aegypti está em reservatórios de água de casas e de estabelecimentos comerciais”.
Ainda durante a videoconferência, gestores municipais de saúde destacaram a necessidade de continuarem investindo na capacitação das equipes de controle de endemias; na estruturação de serviços de saúde e na mobilização da população.
“O momento é de contingência e, para superar essa situação difícil precisamos estabelecer um plano de ação estratégico envolvendo todos os segmentos da administração municipal. Precisamos focar nossas ações na realização de mutirões de limpeza e nos domicílios, pois o principal foco de proliferação do Aedes aegypti são os reservatórios de água”, reforçou Adriano Souza, secretário de saúde de Capitão Enéas.
Na mesma linha de raciocínio, a secretária municipal de saúde de Jaíba, Lucélia Soares de Souza lembrou que o Aedes aegypti está se proliferando em áreas rurais, não cobertas por agentes de controle de endemias.
“Por isso, precisamos intensificar a mobilização da população, ampliar as parcerias incluindo grandes empresas e intensificar a realização de reuniões do comitê municipal de controle das arboviroses, para traçarmos novas estratégias. Jaíba possui extensa área urbana e rural, com atividade agropecuária intensa. Para superarmos as dificuldades de mantermos o controle das arboviroses, precisamos fortalecer as parcerias”, conclui a secretária.