Velho Chico cheio ameaça moradores de Minas e Bahia

Além do volume alto pelas chuvas, rio recebe maior vazão de água das represas que abriga

Da Redação*
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18/01/2022 às 00:00.
Atualizado em 21/01/2022 às 12:15
 (defesa civil de são romão/divulgação)

(defesa civil de são romão/divulgação)

A cheia do rio São Francisco, provocada pelas fortes chuvas que caíram em Minas nas últimas semanas, ameaça cidades baianas. Em Juazeiro, a prefeitura começou a retirar famílias de áreas ribeirinhas nesta segunda-feira (17).

E a situação deve piorar após a abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Três Marias. Desde a última sexta-feira (14), um grande volume de água tem descido da represa.

Moradores de cidades que ficam às margens do Velho Chico estão em constante vigília. Como O NORTE mostrou na edição de sexta e sábado, o medo ronda quem vive em Pirapora, São Romão, Barra do Guaicuí, dentre outras cidades.

O Sistema de Alerta de Eventos Críticos (Sace), do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), aponta que, na manhã de ontem, o nível do Velho Chico já ultrapassava as respectivas cotas de inundação de ao menos quatro locais em Minas Gerais.

E o Boletim de Alerta Hidrológico indica que, devido às chuvas em Minas Gerais, o nível d’água da maioria dos rios da Bacia do São Francisco deve subir ainda mais nos próximos dias.

A todo esse volume de água, se junta a que sai do reservatório da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). Na semana passada, a empresa anunciou a ampliação gradual da vazão da água dos reservatórios das usinas hidrelétricas ao longo do Velho Chico.

Como, na região, as chuvas costumam se estender até abril, técnicos da Chesf acreditam que o maior reservatório, o de Sobradinho, pode chegar próximo ao seu limite de armazenamento nos próximos meses.

“A previsão é a de que Sobradinho, nosso maior reservatório, alcance cerca de 75% de armazenamento já no fim de janeiro”, informou o diretor de Operação da Chesf, João Henrique Franklin, em uma nota na qual a empresa destaca a necessidade da operação para controlar o volume d’água dos reservatórios.

“Ainda há um grande volume de chuvas acontecendo em Minas Gerais e vamos ter vazões que há 12 anos não vemos no rio São Francisco. Por isso, é necessária a liberação da calha do rio”, acrescentou.

A Chesf garante já ter repassado às autoridades municipais, principalmente aos órgãos de Defesa Civil, informações sobre áreas da Bahia e de outros três estados (Alagoas, Pernambuco e Sergipe) que podem ser atingidas pelas águas devido ao aumento da vazão do São Francisco.

Com a liberação gradual, a vazão nas regiões do Submédio e Baixo São Francisco deve atingir 4 mil m³/s no próximo dia 24.
 
PIRAPORA
Uma das principais cidades mineiras à margem do rio da integração nacional, Pirapora está de olho no nível do curso d’água.

O nível, que estava cerca de 9 metros acima do normal na última quinta-feira, subiu mais um pouco desde sábado, quando chegaram à cidade as águas da represa de Três Marias.

“O rio encheu bastante. Está também descendo muitos galhos. E como hoje (ontem) Três Marias liberou um volume maior da represa, estamos esperando muita água para essa noite”, afirma o morador Egnaldo Barbosa. Dono de um restaurante às margens do rio, ele fica de olho, vigiando para se antecipar a uma inundação.

*Com Agência Brasil

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