Prefeitos buscam união na luta contra a Covid-19 no Norte de Minas

Proposta é buscar mais recursos e ações claras para prevenção e atendimentos na região

Márcia Vieira
O Norte
19/05/2020 às 01:15.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:32
 (Divulgação)

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A Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams) busca uma solução conjunta para minimizar os impactos da Covid-19 na região. O aumento de casos não para: já são 20 cidades com registros da doença, totalizando 98 casos confirmados e nove mortes. Para evitar que cada município aja unilateralmente, sem uma política regional de combate e prevenção ao coronavírus, a Amams irá realizar hoje, a partir das 14h, uma reunião por meio de videoconferência e, em seguida, elaborar um documento a ser enviado às autoridades estaduais e federais.

“A cada dia aumentam os casos da doença e, na prática, a gente não vê uma atitude. O que realmente foi feito ou está sendo feito no Norte de Minas? Não tem nenhum hospital de campanha na região pronto para receber pacientes no caso de um pico da doença, que pode ocorrer da noite para o dia. Montes Claros, que é a nossa capital, não tem essa condição. É preciso ter uma estrutura em regiões mais vastas, como Januária e Brasília de Minas, que atendem vários municípios no entorno”, afirma o secretário Executivo da Amams, Ronaldo Mota Dias.

Ele diz que a reunião vai atender ao clamor dos gestores e autoridades de saúde dos municípios, que estariam agindo cada um por si, mas sem um comando que poderia “salvar” o time.

“É sabido que os casos da doença vão aumentar. Vamos esperar morrer mais gente para tomar uma atitude? Queremos ouvir os prefeitos, os secretários de saúde para relatarem o que eles estão pensando. Vamos nos municiar de informações para podermos agir. Todo time para jogar tem que ter um técnico. No caso da doença, cada um fala uma coisa. O time não tem comando”, explicou Ronaldo.
 
DESCOMPASSO
O mesmo ponto de vista tem o prefeito de Brasília de Minas, Geelison Ferreira da Silva. A cidade tem um único hospital credenciado pelo SUS para atender a 25 municípios e uma população de 403 mil pessoas.

“É importante que a gente mantenha o diálogo e organização. A gente percebe um descompasso entre União e o governo do Estado. Pelo menos os prefeitos têm que estar alinhados”, avalia Geelison.

O gestor cita que a cidade tomou medidas de precaução, com a instalação de barreiras sanitárias e o fechamento do comércio, mantendo apenas as atividades essenciais em operação. A situação, atualmente, está sob controle, afirma o prefeito.

A avaliação, no momento, é de aderir ao sistema proposto pelo Estado, o “Minas Consciente”, que classifica as atividades como baixo, médio e alto risco. “Implantamos as medidas com agilidade. Há uma demanda pelo retorno do comércio, mas vamos adotar o sistema de ondas e, se for identificado que temos que restringir ainda mais algumas coisas, vamos restringir. Se a partir dos critérios houver indicadores de que podemos avançar na abertura, vamos caminhar nesta direção. Isso vai depender da avaliação dos critérios colocados”, disse o prefeito, que destacou a necessidade de mais EPIs para prevenção dos profissionais de saúde.

“Estamos cobertos no momento, mas como a necessidade é diária, precisamos trabalhar no sentido de ter reserva destes equipamentos”, disse.

Atualmente, o Hospital de Brasília de Minas tem 20 leitos de UTI, destes, dez estão reservados para pacientes com Covid-19 – dois estão ocupados no momento.

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