Pimenta malagueta pode ser eficaz contra pragas, aponta estudo da Epamig

Pesquisas mostram bons resultados da planta contra o ácaro-branco, que ataca folhas, flores e frutos

Da Redação*
Hoje em Dia - Belo Horizonte
19/06/2021 às 00:16.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:12
 (Fotos Madeleine Venzon/Divulgação)

(Fotos Madeleine Venzon/Divulgação)

A pimenta malagueta vem ganhando status muito além do tempero de alimentos. O extrato da planta está sendo apontado como importante no controle de pragas agrícolas, como o ácaro-branco. O estudo é desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e os testes têm revelado bons resultados.

O ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus), praga de tamanho muito pequeno, é causador de grandes prejuízos aos produtores rurais. Ele gosta de atacar as folhas das plantas, resultando em folhas curvadas para baixo, ressecadas e com quedas prematuras. Além disso, as plantas atacadas pela praga geralmente contêm flores e frutos deformados.

O objetivo das pesquisas é utilizar produtos derivados de plantas para diminuir a quantidade de organismos nocivos às lavouras. 

O estudo da Epamig, coordenado pelas pesquisadoras Madelaine Venzon e Maira Fonseca, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Universidad de La Salle (Yopal), detectou que o extrato hidroalcoólico preparado a partir de sementes de pimenta malagueta possui efeito tóxico ao ácaro-branco.

O experimento foi realizado em casa de vegetação e o extrato foi aplicado nas próprias plantas de pimenta malagueta com folhas atacadas pelo ácaro. 
 
AGRICULTURA FAMILIAR
Segundo a pesquisadora, o próximo passo é impulsionar o uso do extrato na agricultura familiar para o manejo do ácaro-branco em hortaliças e frutíferas.

“A utilização de produtos alternativos no controle de pragas tem aumentado muito no Brasil, especialmente em decorrência do crescimento da produção orgânica”, diz Madelaine. 
 
BAIXA TOXICIDADE 
A pesquisadora destaca ainda que, em geral, os produtos alternativos possuem baixa toxicidade ao homem, são de fácil preparação ou aquisição e aceitos pela maioria das certificadoras de produtos orgânicos ou ecológicos. 

“Isso faz com que haja grande utilização desses produtos em sistemas familiares de cultivo”, afirma Madelaine. 

A Epamig desenvolve outros estudos para testar a toxicidade de óleos essenciais de plantas aromáticas e medicinais para manejo da mosca-branca, ácaro-rajado e para pragas do café, com o apoio da Capes, CNPq e Fapemig. 

*Com Agência Minas

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