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O pico da pandemia de Covid-19 foi adiado mais uma vez em Minas. Agora, a data prevista é 6 de junho. A informação foi dada nesta segunda-feira (4) pelo secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral. No entanto, o responsável pela pasta ressaltou que está ocorrendo uma interiorização da doença em Minas, devido à circulação de pessoas dentro do Estado.
Para evitar que o pico ocorra em diversas cidades ao mesmo tempo, são importantes as ações regionalizadas feitas pela SES-MG. “Pensando nisso, a secretaria criou os comitês regionalizados, que avaliam quais as melhores medidas a serem tomadas por região de Saúde. Gostaríamos em Minas de acréscimos diferentes em momentos diferentes em cada região. Isso facilitaria a estruturação da saúde. Se todo o Estado tivesse pico ao mesmo tempo, isso seria mais complicado”, afirma o gestor.
O Norte de Minas, por exemplo, já soma, em 13 cidades, 58 confirmações e nove mortes. Isso incluindo dados dos municípios que ainda não foram contabilizados pela Secretaria de Estado de Saúde. Em Montes Claros, por exemplo, são 20 casos confirmados de Covid-19 e duas mortes. Mas 477 notificações ainda estão sob investigação.
O maior município do Norte de Minas continua mantendo regras rígidas de isolamento social e de fechamento do comércio. Outras cidades da região, no entanto, já flexibilizaram as atividades.
De acordo com o secretário Carlos Eduardo Amaral, o adiamento do pico de casos em Minas foi possível graças às medidas de isolamento social e uso de máscaras. A data exata, porém, ainda pode variar conforme as medidas de prevenção – se mais pessoas ficarem em casa, o pico é postergado e achatado.
ISOLAMENTO MENOR
Porém, um importante alerta foi dado. De acordo com o secretário, desde semana passada foi observada maior mobilidade entre as pessoas nas cidades, reduzindo o grau de isolamento social. Amaral reforçou a necessidade de que todos fiquem em casa sempre que possível.
“Percebemos uma tendência de diminuição do isolamento. Minas conseguiu, até o momento, manter a curva de transmissão dentro do aceitável, graças a um trabalho coordenado do Estado e à adesão da população. Por isso, os municípios que querem aderir ao plano (Minas Consciente) devem nos sinalizar a intenção para que possamos manter os bons resultados de Saúde que alcançamos até o momento”, reforçou.
PADRÃO COREIA
O responsável pela pasta ainda disse que Minas tem um padrão de eficiência no enfrentamento à Covid-19 comparável ao da Coreia do Sul.
Até o momento, o país asiático tem pouco mais de 250 mortes e 10,8 mil casos confirmados. Minas tem 90 óbitos e mais de 2,3 mil doentes – além de mais de 89 mil notificações pendentes de resultados.
Porém, a Coreia tem 51 milhões de habitantes, enquanto Minas tem uma população de 20,8 milhões. Além disso, a Coreia investiu pesado na testagem dos moradores, isolando quem testou positivo para a doença. Já o território mineiro tem dedicado os exames a pacientes graves, profissionais da saúde e presos.
“Cerca de 11 mil exames foram realizados em Minas e temos em torno de 3,5% de resultados positivos. Isso nos permite aferir como está o Estado como um todo. Temos 90 óbitos confirmados. Se todos os 86 óbitos em investigação forem confirmados, não passaríamos de 200 óbitos, o que faz com que Minas tenha um padrão de eficiência próximo da Coreia”, disse o secretário.
Amaral explicou também que há mais de 89 mil casos suspeitos para a doença porque os profissionais de saúde são orientados a notificar como caso possível de Covid-19 todo quadro gripal. E há uma relativa demora em se confirmar ou descartar um óbito porque existem protocolos a serem obedecidos, após a notificação.