
O pedágio da BR-135, no trecho que liga o Norte de Minas à capital mineira, é o segundo mais caro do Estado. Fica atrás apenas da tarifa cobrada na BR-040, que liga Juiz de Fora ao Rio de Janeiro, que é de R$ 11,60 –mas possui apenas uma praça em território mineiro.
Não é à toa que os motoristas do Norte de Minas estão indignados com a cobrança. Enquanto o campeão da tarifa mais cara possui apenas uma praça de cobrança, na BR-135 são seis, ao custo de R$ 7,20 cada uma para carro de passeio. Um peso no bolso que está assustando e gerando previsões bem negativas para a economia da região.
No mesmo dia em que começou a cobrança da tarifa, a juíza Sônia Maria Fernandes Marques, da comarca de Bocaiuva, soltou uma decisão, favorável à concessionária Eco-135, proibindo a realização de manifestações que impeçam a circulação de veículos ou pessoas na BR-135 e fixou multa de R$ 15 mil para quem descumprir a medida.
A juíza tomou a decisão depois que a concessionária entrou com ação alegando que manifestações estavam sendo marcadas pelas redes sociais para acontecer nas imediações da praça de pedágio P1, próximo a Bocaiuva, no sábado e na segunda-feira. Ambos os protestos não foram realizados.
Na segunda-feira, primeiro dia de cobrança do pedágio, a reclamação dos motoristas ficou por conta da demora no atendimento nos postos, com vários condutores chegando a fazer um buzinaço como forma de protesto.
Procurado, o governo de Minas informou a O NORTE, por meio da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), que a tarifa é calculada de acordo com o volume de veículos e os investimentos necessários para garantir fluidez e segurança aos usuários da rodovia, e que a equação foi definida no processo licitatório, ainda na gestão anterior.
A rodovia é gerenciada pela Eco-135, vencedora da concessão e responsável por administrar 363,95 quilômetros da estrada. Em nota, a concessionária afirmou que estão previstos investimentos de R$ 1,9 bilhão e que cumpre rigorosamente o contrato firmado com o Estado.