Golpe pela web cresce 71%

Uma das modalidades em expansão no Estado é a do boleto falso

Liziane Lopes
25/09/2019 às 06:43.
Atualizado em 05/09/2021 às 21:55
 (REPRODUÇÃO)

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Estelionato em ambiente digital é o crime cibernético que mais cresce em 2019 no Estado. Levantamento da Polícia Civil mostra que, no primeiro semestre de 2018 foram 1.883 casos, contra 3.214 neste ano – alta de 71%. A situação é considerada grave: enquanto no ano passado a média era de dez crimes por dia, neste ano os números chegam a 18.

Uma das modalidades praticadas pelos golpistas é o envio de boletos falsos. Os relatos de pessoas que têm recebido faturas por e-mail, principalmente em nome de empresas de telefonia e TV a cabo, se multiplicam no Estado.

No fim de agosto, a Secretaria de Estado da Fazenda alertou os contribuintes sobre e-mails com falsas cobranças de tributos, como IPVA.

O esquema tem como alvo os bons pagadores desavisados. O estelionatário falsifica o boleto da operadora contratada pelo consumidor, com a logomarca da empresa e código de barras falso. Esse documento é enviado para a vítima no e-mail credenciado para receber as contas.

A vítima abre o boleto e, sem perceber a fraude, usa o código de barras para quitar o suposto débito. O problema é que muita gente só percebe a fraude depois que recebe a conta verdadeira e resolve acionar a empresa contratada para saber o motivo do envio de outra fatura.
 
ALVOS
A vendedora Luciana Souza, de 37 anos, por pouco não realizou o pagamento do boleto falso da TV a cabo. O documento que tinha a marca da empresa que ela contratou chegou com um dia de atraso. Como ela já estava monitorando a caixa de mensagem por causa da demora, assim que a conta chegou, rapidamente acessou o banco pela internet para realizar o pagamento. 

“Desde que recebo a fatura por e-mail, eles sempre mandam com antecedência. Dessa vez, passou um dia e então recebi a conta. Quando fui fazer o pagamento, vi que o nome era diferente e estava com desconto”.

Desconfiada, Luciana ligou para a empresa prestadora do serviço, que negou o envio do boleto. Depois ela teve acesso à conta verdadeira por meio do site. “Sempre abro pelo e-mail e nunca deu errado, sempre confiro as informações do boleto. Dessa vez quase passou despercebido”, contou.
 
OPERADORAS
Vivo, Tim, Claro/Net e Oi forma procuradas. A resposta veio por meio do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil). “As operadoras possuem políticas e diretrizes internas voltadas à área de segurança da informação e antifraude, visando sempre a proteção dos dados de seus clientes. Em caso de dúvidas sobre as faturas, os clientes devem ligar para os canais de atendimento das operadoras”, esclareceu em nota.

SAIBA MAIS
Orientações de segurança

A Polícia Civil atribui o aumento de casos ao crescente número de usuários nas redes digitais. O crime é tipificado como estelionato. Confira orientações:- checar o e-mail do remetente

- bancos e órgãos governamentais não costumam mandar mensagens eletrônicas para os clientes com alertas de cobrança ou para troca de senha e pedido de recadastramento. Se este for o caso, entre em contato primeiro com o gerente, agência ou banco por meios oficiais

- empresas privadas de grande porte também utilizam e-mails apenas com o domínio de site oficial 

- quando as informações do código de barras são inseridas no sistema do banco, os dados do beneficiário (a empresa que receberá o dinheiro) são mostrados. Se a conta não pertencer ao beneficiário correto, não conclua a operação 

- caso algum cidadão seja vítima de alguma ação criminosa nas redes digitais, ele deverá registrar, imediatamente, a ocorrência. Esse registro poderá ser feito em qualquer delegacia de Polícia Civil ou em alguma unidade mais próxima da PM

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