(cemig/divulgação)
Estabelecimentos comerciais dos mais variados ramos de atuação lideram os prejuízos causados pelas ligações clandestinas de energia em Minas. Só nas inspeções de janeiro a novembro deste ano, os prejuízos provocados pelos populares “gatos” ultrapassam R$ 400 milhões, segundo balanço divulgado pela Cemig nesta semana.
O percentual de danos causados por empresas e o total de irregularidades não foram informados, mas, segundo a estatal, 360 mil fiscalizações ocorreram neste ano. Na tentativa de barrar as ações, uma força-tarefa tem sido realizada com a ajuda da Polícia Civil.
A parceria foi iniciada em 2021 para identificar e punir os responsáveis pelos furtos de energia elétrica. Nesses 11 meses, 26 “grandes” estabelecimentos foram autuados em Belo Horizonte e região metropolitana. Nove pessoas foram parar atrás das grades.
Segundo o delegado Roberto Alves Barbosa, além de causar prejuízo, que é repartido entre concessionária e população, os estabelecimentos comerciais que furtam energia também representam um problema para o comércio, já que simbolizam concorrência desleal.
“Uma empresa paga sua conta em dia, a outra não. E elas produzem o mesmo produto. A empresa que frauda fatalmente tem um benefício, porque vende o mesmo produto e pode cobrar um valor menor para o consumidor final ou intermediário”, alerta Barbosa.
Conforme a Cemig, o número de residências com os “gatos” é maior, se comparado às empresas. Mas o prejuízo, menor. “O senso comum indica que as pessoas de baixa renda não pagam. Em quantidade de imóveis com irregularidades, a residencial é maior. Mas o impacto no montante de energia é maior nos comércios e indústrias”, aponta o gerente de medição e perdas da Cemig, Luiz Renato Fraga Rios.
De acordo com Rios, se a Cemig conseguisse reduzir o furto de energia a uma taxa próxima de zero, a redução na tarifa dos consumidores mineiros seria de cerca de 2%.
COMO DENUNCIAR
A parceria entre Cemig e Polícia Civil seguirá em 2022. Quem suspeitar de ligações irregulares de energia elétrica pode denunciar por meio do telefone 116 ou no site da concessionária.