Aves são as preferidas

Cerca de 90% das apreensões são de pássaros e psitacídeos

Manoel Freitas
04/10/2019 às 10:02.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:04
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de espécies de aves ameaçadas. E o tráfico de animais é um dos motivos para tal posição.

O ornitólogo (especialista em aves) Daniel Dias disse que há dados que indicam que “as regiões Norte e Nordeste são consideradas áreas fontes de animais para o tráfico”.

E as aves, segundo o especialista, são as principais vítimas do comércio clandestino, “chegando no sertão de Minas a mais de 90% do total de animais apreendidos, sobretudo exemplares de pássaros e os psitacídeos (araras, periquitos, papagaios e afins)”.

As constantes apreensões de animais silvestres realizadas no Norte de Minas, como a feita em Manga, em 14 de setembro, que encontrou mais de 200 aves – entre papagaios e araras – no porta-malas de um carro, não deixam dúvidas, na avaliação de Daniel, que “Montes Claros é, sim, considerada uma das principais rotas de tráfico que ligam o Norte e Nordeste ao Sudeste do Brasil”.

As aves são o alvo principal dos traficantes, vendidas, sobretudo, em feiras clandestinas em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Nos últimos anos, o Cectas de Montes Claros recebeu, em média, 730 animais apreendidos em operações.
 
PROCEDIMENTO
“Nesses casos, o primeiro passo é dar dose de vermífugo, cumprir o período de quarentena, transferi-las para os viveiros de reabilitação e, depois do crescimento das penas e adquirida capacidade de voo, soltá-las em seus habitats”, explicou Daniel Dias.

O ornitólogo destaca que algumas espécies apreendidas, como a Coruja Murucututu (Pulsatrix perspicillata), que chegou em 2015, são raríssimas, com apenas nove registros fotográficos em Minas Gerais – seis deles no Norte: São João das Missões, Januária e Francisco Sá.

O ambientalista e presidente da ONG Ovive, o vereador em Montes Claros Sóter Magno (PP) lembra que a sociedade civil e o poder público precisam adotar as unidades de conservação como o Parque da Lapa Grande, em Montes Claros, para ajudar na preservação. Só nessa área de preservação, foram registradas mais de 300 espécies de aves.

Essas ações, segundo ele, precisam ocorrer “simultaneamente às operações dos órgãos ambientais e da Polícia Militar para fazer valer a Lei de Crimes Ambientais, que só não é mais eficaz por serem considerados de menor potencial ofensivo”.
 
CAMPANHA
A Ovive promoveu nesta semana a campanha de coleta para a chuva de sementes, que acontecerá nos próximos dias. A ação terá o apoio de aeronave do 7º Batalhão de Bombeiro Militar e ajudará a recuperar 72 hectares de vegetação perdida no incêndio que consumiu a Serra do Mel, em setembro.

O objetivo é proteger habitat diverso e rico, de grande importância para a cidade e região.

  

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