O destaque de hoje da Galeria dos Atletas, é o excepcional, Antônio Januário Mendes Capuchinho, conhecido carinhosamente por todos como Tóya, 38 anos. Foi sem dúvida um dos melhores jogadores de futsal de todos os tempos de Montes Claros. O ex-atleta se destacava pela inteligência e objetividade em jogar o futsal. Teve a oportunidade de jogar nas principais equipes de Montes Claros e salienta que o futsal abriu várias portas para ele.
Tóya, com a camisa da Nestlé, foi um jogador de futsal excepcional
- O futsal contribuiu para que eu arrumasse alguns empregos. Mas também me deu a oportunidade de fazer vários amigos – diz Tóya.
Seus primeiros toques com a bola foram na quadra do extinto Tiro de Guerra, onde funciona a Escola estadual Hamilton Lopes, no bairro Edgar Pereira. Logo depois foi estudar na Escola Técnica onde começou a demonstrar seu lado de atleta polivalente com o professor Jackson Oliveira, nas competições escolares. Paralelamente, jogava na equipe do Sparta de seu irmão Délio Capuchinho. Recorda que ainda com 15 anos, jogava na equipe adulta em torneios nas quadras do Sabas, Edgar Pereira e Santos Reis.
Como foi sempre um atleta polivalente, já treinava vôlei no infanto-juvenil do MCTC - Montes Claros tênis clube com o professor Janilson Miranda. Lembra que inclusive chegou a disputar o campeonato da categoria no início da década de 80.
Em seguida foi morar em Salinas, para estudar na Agrotécnica. Salienta que foi um dos primeiros calouros a jogar na seleção da escola.
No ano seguinte volta para Moc, onde começa a estudar no Colégio Agrícola.
Começa a jogar futebol de campo na extintas equipes do Pantera, do Edgar Pereira, que tinha em seu elenco atletas como Pereira, Dão, Tone Gigante, Célio, Butê. Em seguida foi para o União, onde tinha jogadores como Tocha, Raul, Tibas, Rildo. Com o bom futebol, o treinador do São Pedro, Flávio Gusmão, chama Tóya para disputar o campeonato amador de júnior, onde ele se sagra campeão em cima do Cassimiro. Lembra que foram campeões junto com ele: Pereira, Nilsão, Parrella, Chapa.
Após o campeonato Aristóteles Mendes Ruas, então presidente do Ateneu, convida Tóya e Parrella para jogarem para o Ateneu na disputa do mineiro de júnior. Faz alguns treinos, mas não disputa a competição e nunca mais joga oficialmente futebol de campo.
Tóya parte de vez para o futsal. Disputa as Olimpíadas de bairros pelo Edgar Pereira e após vários anos de hegemonia do Roxo Verde, com atletas como Gato Guerreiro, Bolão, Lotinha, Ilzemar Seco, Alegria, é campeão. No elenco Kincas, Afonso Leal, Raul e Neguinho da Budaia.
O então técnico de futsal do MCTC, Marcelino Paz do Nascimento, vê Tóya jogando e o chama para entrar na equipe da Praça de esportes. Em 1987, disputa o seu primeiro Jimis – Jogos do Interior de Minas. No mesmo ano, a Metalúrgica Norte Mineira, que já tinha um timaço, com Danilo, Júnior Professor, Almir, Picado e Renato Tupinambá, o chama para trabalhar e jogar na equipe. Lá, Tóya é pentacampeão das Olimpíadas operárias, de 1987 a 1991, e é também campeão de vários torneios na cidade. O jogador recorda que as maiores rivais da época eram as equipes do Minas Brasil autopeças, Bamaq e Ferroviário.
Além de futsal, Tóya jogava todas as modalidades e, em 1988, recebe a medalha Deusdará como atleta polivalente.
Em 90, disputa o campeonato mineiro de futsal. No mesmo ano, o professor Jaime Tolentino promove o quadrangular entre Metalúrgica, Palmeiras, Flamengo e Atlético Mineiro, no ginásio poliesportivo, e a Metalúrgica é vice-campeã, com o Galo sendo campeão.
A partir da década de 90, começa a ganhar vários títulos: campeão da TV Montes Claros, pela Níkolas Fashion e, em 91, o ex-dono do Chimarrão e desportista, Ville Mocelin, monta uma verdadeira seleção dos melhores da cidade e vence a copa TV Moc. Tóya faz parte da equipe e conquista bi pelo Chimarrão. No mesmo ano é campeão do Torneio Mário Ribeiro no São José, também pelo Chimarrão.
Em 92, a Itasa/Nestlé se prepara para montar uma seleção para disputar os Jogos inter-fábricas. Toýa é contratado para trabalhar e jogar, pelo diretor Luis Cláudio. É tri-campeão da copa TV Moc e recebe pela segunda vez a Medalha Deusdará como melhor atleta de futsal da cidade.
Em 93, conquista a fase estadual da inter-fábricas da Nestlé, em Ibiá, e perde na semifinal na fase nacional em Araras. É vice-campeão da TV Moc, quando a equipe da Nestlé perde para Pirapora. Mas no mesmo ano o time vence a conhecida Copa Kaiser.
Em 94, a Itasa/Nestlé vem com força total e conquista os títulos da TV Moc em 94 e 95, sendo que seria o pentacampeonato de Tóya.
Em 96, o ala-direito é campeão da copa 98 FM e da I copa 93,5 FM também pela Nestlé. Em 97, Tóya mais vez se sagra campeão da Copa TV Grande Minas fase local, quando vence num jogo memorável a equipe do MCTC e na fase regional fica com o vice, perdendo para o mesmo MCTC e pelo mesmo placar de 9 x 8.
O treinador Gezinho chama Tóya para fazer parte do grupo do MCTC para a disputa do campeonato mineiro, que era pretensão da equipe, e para os Jimis. Em 98, é novamente campeão da Copa TV Grande Minas fase local e regional pelo MCTC. No mesmo ano é campeão do torneio Piloto pela Nestlé e ainda bicampeão da copa 93,5 FM pela Minas Brasil.
Em 99 e 2000, disputa o campeonato mineiro pelo MCTC. Em 99, faz parte do grupo que é campeão geral dos Jimis. Em 2000, começa a ter várias dores devido a uma lesão na articulação do quadril e tem que se tratar. Em 2002, volta às quadras e conquista os Jogos da Fenabb pela AABB/Moc. Em 2003, conquista pela oitava vez o título da fase local e regional da copa TV Grande Minas pelo MCTC/Palimontes/Funorte, sendo o recordista de títulos da competição. E, inclusive, foi o último campeonato oficial de Tóya, que diz que teve uma parada prematura e que se não tivesse machucado poderia jogar até hoje.
Tóya é formado em Economia pela Unimontes e recentemente cursou Educação Física pela Funorte. Pretende exercer, como já vem fazendo, a profissão de treinador de futsal, onde possui vários cursos. Como técnico dirigiu as equipes da Valleé, Palimontes, AABB e Auto Elétrica Maria Bonita, tendo sido campeão da Fenabb em 2006 e da copa 93,5 FM de futsal. Hoje trabalha no Sesi Minas onde atua como professor de futsal e vôlei.
PERFIL
Partida Inesquecível: Destaco o jogo entre Metalúrgica 6 x 4 Níkolas pelo campeonato mineiro em 1990, na AABB. Estávamos perdendo por 4 a 1 e viramos. Naquele dia, considero que fui um dos grandes responsáveis pela vitória. Outra, foi a final da copa Mário Ribeiro, Chimarrão 10 x 1 Tiger Vídeo, em 91, no ginásio do Colégio São José. Nos 10 minutos do primeiro tempo, estava 5 a 0 e fiz os cinco gols. O time da época era Batatinha, eu, Luis Carlos, Zarão e Parrella. A outra que destaco também é a final da fase estadual da inter-fábricas da Itasa/Nestlé em 93, em Ibiá. O ginásio estava lotado e a torcida gritava o tempo todo. Lembro-me de um fato curioso. O jogador do time deles chutou a bola, dei um carrinho e tirei a bola em cima da linha. A bola pegou na filha do chefão da Nestlé de Ibiá. Vencemos por 2 a 0 e a torcida deles queria brigar com a gente.
Gol mais bonito: Na final da copa TV Moc em 93, Nestlé 1 x 1 Bamaq. Getúlio tocou pra mim, eu estava de costas para o gol, dominei no peito e virei como se fosse um voleio, a bola foi no ângulo. Nos pênaltis conquistamos o título, mas perdi o pênalti.
Título mais importante: Considero os Jimis em 1999. Mesmo não tendo ido na última fase, fiz parte das duas primeiras.
Título que queria ter ganhado: Os Jimis em Ouro Preto, em 1997.
Maior alegria no futsal: Ter feito vários amigos. O futsal contribuiu para que eu arrumasse alguns empregos.
Maior tristeza no futsal: Minha maior tristeza foi a lesão que tive na articulação do quadril. Pois não pude jogar mais como antes. Por várias vezes, cheguei a chorar em casa com vontade de jogar. Essa dor vem desde 2000, mas acho que isso já tinha uns três anos e eu jogando sempre machucado. Se eu tivesse parado e tratado poderia estar jogando até hoje.
Melhor treinador: Apesar de considerar que Marcelino me projetou para o futsal, o melhor treinador de futsal de todos os tempos foi Gezinho.
Melhor goleiro: É difícil destacar, pois joguei em três gerações, mas destaco Danilo, Chicaõ, Batatinha e Bruno.
Melhor jogador: É muito complicado. Posso cometer injustiça. Mas vou destacar os melhores por época. Na década de 80: teve Lotinha, Ìndio, Renato Tupinambá, Júnior Professor, João Carinha, Ilzemar Seco e Picado. Na década de 90: Zarão, Getúlio, Celsinho, Chapa e Parrela. E dessa época nova: Toninho Buballo, Heberth Halley e Marco Antônio.
Melhor marcador: Renatinho
Amigos no futsal: Foram e são muitos. Loroto, Chapa, Getúlio, Celsinho, Chicão, Hique, Ronério, Heberth Halley, Toninho Buballo, Gezinho, Picado, Júnior, Renato, Fernando, Dú Onça, entre outros.
Companheiro ideal: Getúlio. Nós dois juntos não perdíamos.
Equipe em que mais gostou de jogar: Metalúrgica, Nestlé e MCTC
O que o futsal foi para você: É um esporte maravilhoso. Sempre gostei de jogar e vou continuar sempre vivendo o esporte. O futsal é bonito pelas suas movimentações táticas. Através do futsal, abri muitas portas e consolidei meus laços de amizades.
Desde quando começou a jogar até hoje monte uma seleção de futsal: Chicão, Tóya, Getúlio, Heberth Halley e Toninho Buballo.