(fotos Marcelo Jabulas)
Não se pode duvidar da sabedoria oriental. Quando a Honda lançou o HR-V, ela sabia que o seu jipinho seria um sucesso. E também sabia que teria demanda elevada. Daí, usou e abusou da lei da oferta e da procura. Resultado: o HR-V ficou muito caro. Hoje custa de R$ 99.100 a R$ 142.700.
Mas com a escalada de preços, a marca deixava descoberta uma faixa mais baixa. Buraco que ela tapou em 2017 com o WR-V. Todo mundo sabe, mas não custa lembrar, esse modelo é um aventureiro desenvolvido sobre o Fit.
Para diferenciar do monovolume, o WR-V ganhou frente exclusiva (que não é bonita), suspensão reforçada e um monte de adereços plásticos, que dão a ele um ar robusto. O grande lance desse carro é atender ao consumidor que chega na revenda seduzido pelo HR-V, mas falta cacife para bancar o jipinho.
E tem funcionado. Não com tanta expressividade, mas atendido o consumidor que viu o sonho desfeito pela etiqueta colada na janela. Este ano, a Honda emplacou 28.822 unidades do HR-V e outras 9.245 do WR-V, segundo o balanço da Fenabrave, que indica o desempenho de janeiro a novembro deste ano.
Por ser mais barato (seus preços vão de R$ 83.400 a R$ 94.700), a lógica indicaria que teria maior volume. Mas sejamos francos, mirar no HR-V e acertar o WR-V não tem o mesmo sabor.
O TESTE
Testamos a versão EXL, da linha 2021, que também é a mais cara e completa. O modelo passou por um leve retoque, que deixou sua carinha mais agradável. Mas sem a mesma simpatia do Fit e nem do HR-V. Ele passou a contar com faróis em LED e na traseira, recebeu finalmente um para-choque, pois a peça anterior ficava mais recuada que as lanternas.
De resto, não há novidades no carrinho. Motor, transmissão, assim como a grande maioria dos conteúdos são os mesmos. O lado bom é que trata-se de uma mecânica confiável, e o bom lastro que o emblema da Honda carrega. Por outro lado, esse carro peca pela ausência de tecnologia, que fazem dele caro diante de opções mais modernas e valor semelhante.