Europeu lidera convocação do Brasil para a Copa do Mundo pela quarta vez seguida
Um fenômeno que demorou 16 Copas para acontecer pela primeira vez, mas que, agora, se repete pela quarta edição consecutiva. Desde 2006, um ou mais clubes europeus lideram o número de convocados da Seleção para a disputa de um Mundial de futebol.
Coincidência ou não, este é um tabu a ser quebrado na busca pelo hexacampeonato, pois o Brasil não conquistou o título nas quatro outras edições em que isso havia ocorrido.
A bola da vez é o campeão inglês Manchester City, com quatro nomes entre os 23 escolhidos para a lista final do técnico Tite. São eles o goleiro Ederson, o lateral-direito Danilo, o volante Fernandinho e o atacante Gabriel Jesus.
O quarteto faz parte do badalado time do técnico espanhol Pep Guardiola, também vencedor da Copa da Liga e responsável por estabelecer sete recordes na Premier League, dentre eles os maiores números de pontos (100), vitórias (32) e gols marcados (106).
A convocação de Tite teria quatro representantes do igualmente bilionário Paris Saint-Germain, dono do “triplete” desta temporada (Campeonato Francês, Copa da França e Copa da Liga). O titular Daniel Alves, porém, se lesionou na semana passada, deixando o clube em segundo lugar na lista, com os zagueiros Marquinhos e Thiago Silva e o atacante Neymar.
Ao todo, a Seleção chegará à Rússia com 20 atletas de 12 diferentes equipes estrangeiras. Atuam no país natal apenas o goleiro Cássio, o suplente da lateral direita Fagner (ambos do Corinthians) e o zagueiro Pedro Geromel (Grêmio).
Desta maneira, o grupo atual iguala o recorde negativo de representatividade das equipes nacionais, registrado anteriormente nas Copas de 2006 e 2010.
SEQUÊNCIA
O volante Falcão (Roma) e o meia Dirceu (Atlético de Madrid) foram os primeiros atletas de clubes estrangeiros chamados para defender a equipe canarinho no Mundial, em 1982.
Duas edições depois, em 1990, a Seleção teve pela primeira vez uma minoria de jogadores em atividade no Brasil (dez, contra 12 de equipes europeias).
A conquista do tetra, em 1994, marcou a expansão das fronteiras, com a inclusão do zagueiro Ronaldão, à época no Shimizu Pulse (Japão). A proporção, porém, retrocedeu, com 11 jogadores atuando no Brasil e outros 11 no exterior.
Em 1998, pela primeira vez na história, três estrangeiros apareceram empatados no topo da lista de clubes com mais convocados. E o número de atletas “tupiniquins” voltou a ser menor (nove, contra 12).
Após um hiato em 2002, quando o Brasil faturou o penta, o fenômeno voltou a acontecer em 2006, 2010 e 2014, confirmando uma tendência que parece cada vez mais irreversível.
(Reprodução/Facebook/Manchester City)