Sapatada na rechonchuda: Uma torcida apaixonada e ao mesmo tempo inteligente - por Nairlan Clayton Barbosa

Jornal O Norte
Publicado em 23/09/2008 às 09:48.Atualizado em 15/11/2021 às 07:44.

Nairlan Clayton Barbosa


www.sapatada.blogspot.com



Em tempos onde a onda é promover um quebra-quebra geral dentro dos CT´s quando os times não vão bem, a torcida do Galo fez um protesto legítimo deixando de ir ao estádio nos jogos do Glorioso Atlético. Foi pacífico! Não adianta o ex-presidente do Galo vir com “xurumelas” dizendo que instalaram quebra-quebra geral na sede de Lourdes e fizeram ameaça à sua pessoa através de carta anônima, que não foi bem assim não. Em primeiro lugar, o quebra-quebra a que ele se refere foi quando alguns, e somente dois ou três torcedores irresponsáveis entraram na sede do alvinegro e quebraram alguns computadores do escritório e duas cadeiras. O que são dois computadores e duas cadeiras em vista do prejuízo maior a que acometeu o pobre Galo o senhor Ziza Valadares? A situação do time no campeonato depois de vazias promessas da diretoria não são o reflexo disso? Deve ser que se o torcedor atleticano tivesse se comportado como a agressiva torcida do Corinthians ou a do Urubu, que volta e meia estão agredindo jogadores e/ou diretores na prerrogativa vazia do protesto legítimo, talvez tivesse surtido mais efeito e ele, o bigodudo, tivesse ido embora mais cedo, arrancando essa parte gangrenada da docência atleticana antes de gerar tanto mal ao time. Teria sido melhor até!



Porém, o que todos nós vimos foi mesmo uma torcida que soube fazer um protesto muito bem feito e muito pacífico. Deixou de ir aos estádios, e bem sabemos o quanto faz falta a ausência da torcida apaixonada nos campos em se tratando de Clube Atlético Mineiro.



Resultado: O Ziza saiu fora. Renunciou. Mesmo porque, não haveria outra saída ou alternativa diante dos fatos.



E aí, outro gesto inteligente da torcida: Foi só o Ziza renunciar que ela voltou. E no último sábado, vimos um Mineirão da Pampulha mais preto e branco. A alegria estava de volta à arquibancada. A festa se instalou no Gigante da Pampulha e a conclusão de tudo isso não podia ser outra: um time jogando leve e solto, como se tivessem tirado da cabeça de todos os jogadores o peso de uma tonelada.



É bem verdade que muita coisa precisa ser ajustada pelo Marcelo Oliveira se o time realmente foi a algum lugar na competição. Mas só ver o Galo dono do seu poleiro novamente já é um alento e tanto. E só de ver a torcida embalada de novo já muda tudo.



De qualquer forma, na minha modesta visão, é assim que se protesta.



Assim como o Ziza Valadares, ex-presidente do Galo centenário, nós também não endossamos quebradeiras. É um mau exemplo dos diabos. E não leva a nada.



Mas a ausência do campo foi um formato inteligente. Deveria até ser adotado por outras torcidas de outros clubes. Porque fez com que os “cabeças pensantes” do clube utilizassem sua massa cinzenta e entendessem que o torcedor é o maior patrimônio do clube. Sem ele, não há time que resista ou sobreviva. Forte exemplo disso é o América que, mesmo sendo campeão mineiro dez vezes, hoje o número de torcedores existentes coloca-se num punho fechado.



Mas pelo visto, a galera atleticana está manobrando as coisas para que isso não aconteça. Para que o Galo não seja um clube de glórias passadas, mas sim de um presente forte, em busca de novas conquistas.



E a vitória contra o Náutico foi o reflexo disso.



De que enfim as coisas querem tomar um rumo diferente.



E que tomem, e que sigam, e que prossigam.



O Glorioso é maior do que todos esses “bichos-de-pé” que só querem sugar o pouco que resta, e depois viram as costas para a instituição.



O Atlético é maior e será maior, desde que acorde cedo para este problema que é o desmando e se mire no exemplo daqueles que, ou naufragaram de vez, ou aprenderam a lição e saíram da lama.



Agora é bola pra frente!



E parabéns mais uma vez a nação atleticana. Essa sim é patrimônio imortal do Clube centenário.


 


AQUELE ABRAÇO: Para o meu irmão Nadilson Kleber, e seu filho Caio Victor, que estão de ouvido colado nas transmissões dos jogos do Galo pela Expressão FM 104,9. É isso aí, vamos lá Galo!

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