Sapatada na rechonchuda: O palmeirense

Jornal O Norte
Publicado em 08/01/2009 às 11:16.Atualizado em 15/11/2021 às 06:49.

Nairlan Clayton Barbosa


www.sapatada.blogspot.com



Ontem ao descer a Dr. Santos calmo e tranquilo para o trabalho por volta das duas e meia da tarde encontrei um amigo dos bons e velhos tempos de quando trabalhei na Rádio 98 FM. Meu querido amigo Ralf, a quem não via já faziam alguns meses, mais exatamente alguns anos, me presenteou com um “olá” bem alto do outro lado da rua, já que eu ia com a atenção fixa num determinado propósito e muito provavelmente não o perceberia se ele não chamasse.



De qualquer maneira foram 15 minutos de uma boa prosa, matando saudades dos amigos e ex-colegas de trabalho, gente muito boa que tivemos o convívio prazeroso no período em que trabalhamos juntos.



Porém, um assunto que Ralf me trouxe à atenção, e me fez questão de lembrar foi sobre um amigo em comum que temos, Palmeirense roxo (quer dizer Palmeirense verde) que trabalhava ( e ainda trabalha) como produtor de áudio, e por sinal dos poucos e bons que conhecemos na cidade.



Olha, é Palmeiras doente. Tudo na vida dele é Palmeiras. A meia é Palmeiras, A cueca é Palmeiras, o branco do olho é verde de tão Palmeiras que é. Realmente, mais Palmeiras que Airton só a “Terra que tem Palmeiras onde canta o Sabiá”.



Bom, curiosamente, este amigo de tanto tempo Palmeirense que só vendo ainda permanece meu colega de trabalho pela Rádio Expressão FM 104,9. E, curiosamente, ainda permanece Palmeirense. Dos bons, ou dos ruins. Só Deus pra saber.



O mais engraçado, e o que foi relembrado por Ralf, é que além do amor incondicional pelo Palmeiras, mais até do que pela própria noiva, nosso colega detém uma outra paixão: O Rock.



Nobre Paixão, essa é a tônica. Mas, tanto eu como Ralf nos perguntamos se essa nobre paixão, que faz do nosso colega Palmeirense um roqueiro de mão cheia, combina com a faculdade que ele cursa atualmente: Ação Social.



De repente o leitor pode até se perguntar o por quê dessa nossa indagação.



É que como bom apaixonado que é pelo Palmeiras e pelo Rock, aliás, mistura de certa forma sadia nos tempos atuais, Airton se veste normalmente como os apaixonados pelo Rock se vestem, o que é absolutamente normal para eles, mas nem para todos. Airton tem uma cabeleira farta, quase até o meio das costas, é adepto das “Tatoos” e seu corpo quase todo é recheado delas. Normal para um roqueiro Palmeirense. Ele se veste com um tradicional bermudão peculiar aos roqueiros e de quebra aquela famosa camisa preta estampada com uma caveira ou com o símbolo e a marca da banda Sepultura na parte da frente.



Aí está o “xis” da questão: Tanto eu como Ralf imaginamos a cena inédita: Airton com sua indumentária sentado numa sala de assistência social aguardando as pessoas tristes e acabrunhadas indo pedir um auxílio para ele. Ao adentrar a sala, se deparam com aquela Criatura Palmeirense com o cabelo pra baixo dos ombros, uma camisa preta do Sepultura, um bermudão até as canelas, tatuagens espalhadas pelo corpo inteiro curtindo um mp-4 com as lindas e melodiosas canções do Nirvana e do Sepultura tocando com a maior alegria deste mundo. Realmente, seria trágico, se não fosse cômico.



Quem quer que se deparasse com essa cena certamente veria que por pior que fossem os seus problemas, ainda existia algo mais assustador e bem pior no mundo. E então os problemas não seriam tão grandes assim, afinal, por pior que fossem, deparar-se com um camarada feio, com trajes roqueiros e ainda por cima Palmeirense fariam dos problemas algo muito fácil de superar.



Olha, só posso dizer uma coisa. Tanto eu como Ralf mal pudemos terminar o nosso assunto e nos despedimos cada qual para o seu lado rindo, rindo e cada vez mais rindo dessa cena infernal que se avizinhará no horizonte depois que o nosso amigo Airton tiver concluído sua faculdade.



Deus o abençõe.



AQUELE ABRAÇO: Para o meu querido Ralf, depois de tanto tempo sem nos ver me presentear com uma história maravilhosa dessa. Ganhei meu dia ontem. Não há maneira mais gostosa de relembrar os velhos tempos do que rir das boas histórias.

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