Nairlan Clayton Barbosa
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A seleção canarinho termina o ano com a quinta colocação no ranking da FIFA, sua pior colocação desde que foi criada em 1993.
E, embora isso seja fator péssimo para um futebol tido como o melhor do mundo, Dunga permanece como técnico e como preferido dos comandantes do futebol brasileiro. Isso mesmo sem ele entender nada de comando tático e técnico de uma equipe de futebol.
É difícil e ao mesmo tempo fácil entender como funciona a cabeça dos dirigentes dos clubes brasileiros.
Difícil porque é inconcebível que eles, na ponta do iceberg vejam a bancarrota do time, do clube, da instituição ou de quem quer que seja, e não façam absolutamente nada de concreto para que as coisas realmente mudem.
É fácil entender também o motivo, porque este é muito plausível: eles não têm interesse de que as coisas tomem um rumo sério e correto, se este mesmo interesse contraria aos próprios interesses deles, se me permitem a redundância gramática. De qualquer forma, isso é elementar.
Só que, às custas desse procedimento político, o futebol mais alegre e mais lindo do mundo vai caindo. E sumindo da face da terra. E, ainda assim, pífios treinadores sem nenhum pedigree vão treinando equipes e seleções de ponta no futebol brasileiro.
Não adianta vir com “xurumelas”, dizendo que é uma tendência mundial.
Se tendência mundial funcionasse, o futebol tosco dos ingleses ganharia toda copa do mundo que houvesse. Mas nós sabemos que o futebol gostoso e malandro do Brasil, ou até mesmo o toque de bola refinado do futebol argentino, é que é o gostoso de se ver, e não aquele monte de “grandalhões” cheios de massa muscular e pouca intimidade com a bola, aparecendo todo dia em comercial de celular, e futebol que é bom, “neneca de pitibiriba”.
Ê saudade de Mané, do Botafogo, Juári, do Santos, Zé Sérgio, do São Paulo, Adílio, do Mengo, do eterno Rei do Galo, Joãozinho, do Cruzeiro, Zico, da seleção brasileira, e de um técnico de verdade: Telê Santana.
O quinto lugar do Brasil no quadro da FIFA representa claramente a ocupação que o futebol brasileiro do ponto de vista de seu comando ocupa no cenário mundial: caiu o conceito, caiu a moral, caiu a força.
Se nada for feito para que se mude o destino das coisas, no que diz respeito à questão moral do futebol, lamentavelmente rumaremos para um declínio do qual possivelmente demoraremos a sair ou jamais escaparemos.
Só Deus pra ter dó!
Isso se ele for brasileiro!
