Sapatada na rechonchuda: A TORCIDA ÍMPAR

Jornal O Norte
Publicado em 12/02/2009 às 11:12.Atualizado em 15/11/2021 às 06:51.

Tem coisas que só mesmo quem é apaixonado pelo Galo mais lindo do mundo presencia.



Tem coisas que só mesmo quem respira incondicionalmente o ar do ser atleticano tem condições de viver.



Tem coisas que só acontecem nessa torcida, a mais apaixonada do Brasil.



Conta-me Paulo Rodrigues que lá pelas bandas do JK existe um bar chamado bar do Valtinho onde se encontram mancebos de todos os gabaritos possíveis. È claro, no bar do Valtinho também se encontram gêneros os mais variados.



Torcedores infames também não podem faltar.



Paulo, o profissional mais coerente da face da humanidade, mas o ser humano mais irônico que já conheci, estendeu-me este conto que ele jura ser verdade, e o pior é que eu acredito, mesmo apesar de ser atleticano.



Pois como eu dizia, conta-nos a lenda que pelas bandas do JK sentavam-se à mesa alguns torcedores apaixonados.



Uma breja vai, outra vem, começou-se uma acalorada discussão. Em xeque os títulos detidos pelos clubes. Numa acalourada peleja, de um lado uns defendiam os títulos de 1950, 1960, 1971. Do outro lado, alguns tinham pouco o que defender, mas bravamente arguíam sobre o hexacampeonato estadual, e sobre alguns vice-títulos como os de 1977, 1980 e 1999.



A turma de cá da mesa bradava: “ Nós deixamos títulos, fomos campeões do Gêlo e fomos campeões brasileiros, os primeiros da história do campeonato.”



A turma do lado de lá dizia: “Nós fomos campeões do Centenário de BH, do Torneio do Uruguay...” e por aí iam e vinham e iam impropérios.



Até que um transeunte, alguém com medo daquilo dar cadeia, morte ou polícia resolve perguntar quem eram os times envolvidos na briga na mesa do bar do Valtinho.



Levanta um senhor e pergunta serenamente ao passante: “ Que briga? Aqui somos todos atleticanos, somos da paz, meu jovem.”



Uma incógnita na cabeça do pobre pedestre, que, se preocupado estava, mais preocupado ficou em saber quem uma mesma bandeira, a do mais glorioso, poderia produzir torcedores tão apaixonados que praticamente brigavam entre si pelos títulos e pelas glórias conquistadas.



Foi embora aquele pobre rapaz a coçar a cabeça e a imaginar o que move uma torcida a ser tão apaixonada e tão eloquente em sua defesa, mesmo que isso signifique brigar entre si pelos títulos conquistados.



Esse é o Galo mais amado do Brasil.



E ponto final.



AQUELE ABRAÇO: Hoje vai para o Eduardo Aquino da Trilha da Roça, leitor assíduo da coluna Sapatada e ouvinte do Programa Placar Eletrônico e das nossas transmissões da Rádio Expressão FM 104,9. Valeu meu amigo, muito obrigado pelo seu carinho e pela audiência.



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