A jovem player de 17 anos treina diarimante 12 horas; em um quarto adaptado que era da sua avó (arquivo pessoal)
No último final de semana, a montes-clarense, Maria Cecília Rocha Fonseca Fernandes, de 17anos, da equipe do Hummer Sports, sagrou-se campeã mundial da primeira LAN global feminina de FIFA em uma competição realizada em Londres, capital da Inglaterra e do Reino Unido.
Cecília, que começou perdendo a 1ª partida, por 4 a 3 para uma player alemã, não se abalou e foi para cima de todos a partir da segunda partida onde acabou vencendo grandes nomes da competição até chegar na final; derrotando a experiente alemã Fabienne de 13 anos. A jogadora norte-mineira fez história na competição como a 1ª mulher campeã mundial.
“Essa competição significou muito para mim, para o cenário feminino e para que outras meninas possam também entrar neste meio. É muito importante esse ingresso delas e espero ter contribuído para isto”, diz a campeã mundial.
Ela explica que o ambiente não é discrimina-tório, “no geral é um ambiente muito bom, nada hostil as mulheres”.
O próximo passo que Cecília irá calcar é a seleção Brasileira, onde foi convida a fazer parte pelo coach da CBF, Gabgol, para um treinamento na Europa. “Agora, vamos fazer um bootcamp (método de ensino imersivo e intensivo para quem quer desenvolver suas habilidades em um curto período de tempo) lá na Suíça, para representar o Brasil”, informa.
TREINAMENTO
A seleção vai para Zurique na Suíça, do dia 11 até o dia 17, para treinar com outros 10 países. “Vou treinar com todos, por isso, vai ser uma ótima experiência”, diz Cecília que espera se destacar lá para, assim, conseguir novas oportunidades, propostas e patrocinadores. “Não tenho patrocínios, nem de Montes Claros. E estar ali com a seleção pode me ajudar muito, pois, quando viajo, a equipe é quem paga, como essa para Londres”, explica.
Ela sempre viaja com a mãe, Cláudia Rocha, e seu irmão Arthur que dá o suporte a equipe fazendo a tradução. Cecília quer investir nesta carreira e deseja que mais meninas tenham a oportunidade que ela teve, pois, a participação das mulheres ainda é bem inferior.
BREVE HISTÓRIA DA CAMPEÃ MUNDIAL
Estudante da Escola Estadual João de Freitas Neto, Cecília sempre gostou de futebol, mas depois de uma lesão no joelho, precisou se afastar dos campos. “Desde criança sempre demonstrei minha paixão pelo futebol. Na época, sonhava estar dentro das quatro linhas, mas agora sou feliz com o futebol numa tela de computador” comenta. Saindo do real para as disputas virtuais, sua primeira conquista foi ser a primeira mulher a entrar no grupo de Elite do FIFA23. Ela intensificou suas atividades nos games, participando de vários campeonatos mistos. Disputou em São Paulo 2 Qualify, sendo a única mulher a representar a América Latina e a fazer gol nesta competição. Tricampeã brasileira e se classificou para competição internacional e foi convocada para a Seleção brasileira.
Para a mãe, a família aposta no futuro de Cecília. Por isso, há um ano uma estrutura foi montada no quarto da avó da player, onde ela fica diariamente mais de 12 horas jogando. “Descobrimos que ela tinha talento nesta modalidade e apoiamos. Ficamos supressos com o resultado alcançado de forma tão rápida” relatou Cláudia.
A agência de São Paulo já espera a mudança de Cecília para uma equipe da Europa. “Ainda estamos esperando alguns acontecimentos, por isso não sei dizer quando e onde. Mas aguardo que tudo um dia dê certo”, diz esperançosa a exímia player de MOC.