Heberth Halley
Repórter
O destaque, de hoje, da ‘Galeria dos Atletas’ é o ex-jogador de futebol Pedro Cantinflas, 63 anos, que jogou na década de 60 no Vera Cruz, Ateneu e Ipê. Era um jogador de bom toque de bola e marcação e que conquistou o título amador de 1962 pelo Ateneu. O jornalista George Nande, em uma de suas matérias, cita Pedro Cantinflas, como o ídolo galã dos bons tempos do lendário Ateneu. Isso devido ao fato das mulheres achar Pedro Cantinflas como um dos jogadores mais bonitos da década de 60.
Pedro Cantinflas, recentemente em seu bar, com
o ex-jogador do Atlético, Reinaldo
Pedro Cantinflas começou a jogar no Vera Cruz do Alto São João, hoje comandado pelo desportista Zé Amário, que também jogou junto com Pedro Cantiflas no Vera. O ex-jogador do Tigrão, do Alto São João, conta que na época o treinador era Abraão. Lembra que aos 16 anos, foi chamado para jogar na equipe titular do Vera Cruz, tanto que precisou da autorização do seu pai para jogar.
Depois de ter feito bom jogos pelo Vera Cruz, é convidado para atuar no Ateneu, em 1960, pelos diretores do Broca, Geraldo Corrêa Machado e de Antônio Lafetá Rebelo. Recorda que o técnico era Efigênio e mais tarde seria Zuza. Pedro Cantinflas vai para o aspirante do Ateneu, na equipe atletas como Gê Cavalinho, Beto Carroceiro, Chiquito, entre outros.
No ano seguinte, é lançado por Juber Carneiro na equipe titular do Ateneu. Em 1962, conquista o título amador pelo Ateneu, derrotando na final o Tiradentes por 2 a 1. Pedro Cantinflas lembra perfeitamente da equipe titular campeã naquele ano, no antigo esquema 4 – 2 - 4: Pindoba, Vicente Peixoto, Márcio, Didi Canivete e Márcio Piriquito, Pedro Cantinflas e Dener, Juvenal, Lado, Zé Matias e Tone Dias.
Com o título, 10 jogadores do Ateneu são convidados para fazer teste na equipe do então Sete de Setembro, de Belo Horizonte, sendo que Pedro Cantinflas seria um deles. Mas conta que devido à estrutura do clube ser muito ruim resolveu voltar para Montes Claros.
Em 1963, o diretor do Ipê, Renato Pereira, chama Pedro Cantiflas para reforçar a equipe para o amador do próximo ano. O meio-campista, que tinha uma serralheria, recebe uma boa proposta para jogar na equipe do Ipê. Além de receber dinheiro para jogar, Pedro Cantinflas teria todos os serviços de serralheria de todas as fábricas dos Irmãos Pereira, que produzia óleo, algodão e sabão. O time daquele ano era formado por: Wilson Galo Cego, Milton Sonso, Calixto, Vicente Pezão, Romeu, Pedro Cantiflas, Durães, Aroldo, Nem, Zé Martins e Dim. O treinador da equipe era Kidão.
Pedro declara que se o ex-deputado Edgar Pereira, estivesse vivo o futebol de Montes Claros seria diferente e que a cidade teria um representante na copa do Brasil.
- Edgar Pereira era uma pessoa que gostava muito de esporte e principalmente de futebol, além do mais, incentivava e dava apoio – revela Pedro Cantinflas.
Lá não conquista títulos e sai do Ipê em meados de 65. Resolve montar junto com amigos o Grêmio e depois o Jovem Guarda do bairro Alto São João. Faz vários amistosos nas duas equipes. Abandona o futebol e pára de jogar campeonatos na cidade e funda mais uma equipe, o Bangú do Alto São João, mas apenas como diretor da equipe.
- Não gostava muito de futebol, jogava por jogar. Tanto que depois que parei de jogar, fiquei 25 anos sem ir a um estádio, voltei quando o Ateneu disputou o campeonato mineiro da segunda divisão de 2001 – afirma.
Pedro lembra que também chegou a jogar futsal nas equipes da Só peças e depois no Banco Econômico da Bahia, que tinha jogadores como Duba, Zé Otávio, Zé Maria Curiango, entre outros. E diz que o melhor jogador de futsal de Montes Claros foi Zé Carlos Gomes.
Atualmente, é proprietário do Cantinflas Bar no Bairro Alto São João, reduto de personalidades esportivas, políticas e sociais da cidade. Local também, para a prática de jogo de truco e buraco. Pedro Cantinflas é também assessor da equipe do Olímpia do Eldorado e torcedor fanático do Vasco da Gama, do Rio de Janeiro.
Ateneu campeão amador de 1962: Em pé: Marco Piriquito, Vicente Pezão, Pindoba, Wilson Galo Cego, Márcio Pé de Café, Didi Canivete e Dener. Agachados: Juvenal, Pedro Cantinflas, Zé Matias, Tone Bucheiro e Mazinho
PERFIL
· Partida inesquecível: A final do campeonato amador de 62, quando sagrei campeão pelo Ateneu em cima do Tiradentes por 2 a 1.
· Título mais importante: O amador de 62 pelo Ateneu
· Qual era sua principal característica: O toque de bola e a marcação
· Melhor treinador: Sem dúvida era Milton Ramos. Ele veio do juvenil do Cruzeiro para comandar o Ateneu. Para mim ele não foi o melhor só em Montes Claros, mas no Brasil, foi o melhor que vi, melhor até do que Vanderley Luxemburgo. Trabalhei com ele no Ateneu e Ipê.
· Jogador mais difícil de marcar: Manoelito
· Companheiro ideal dentro de campo: Dener
· Melhor goleiro: Osías e Tú Peixoto. Mas, Pindoba foi decisivo no campeonato de 62 quando assumiu a vaga deixada por Osías, que foi para o Cassimiro.
· Melhor jogador: Jomar Macedo
· Monte uma seleção de todos os tempos: Osías, Vicente Pezão, Nicomedes, Almerindo, Fernando Gontijo, Nilson Espoletão, Nilson Fiapo, João Batista Baiano, Jomar Macedo, Manoelito e Chinezinho. Técnico Milton Ramos.