Organizadas na mira

MP pede banimento por um ano; Polícia Civil quer dirigentes processados

Cinthya Oliveira
18/12/2019 às 09:43.
Atualizado em 05/09/2021 às 23:04
 (FOTOS MAURÍCIO VIEIRA/HOJE EM DIA)

(FOTOS MAURÍCIO VIEIRA/HOJE EM DIA)

O cerco está fechado. E as torcidas Máfia Azul e Pavilhão Independente na mira do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e da Polícia Civil (PC). Alvos da Operação Voz das Arquibancadas, na manhã de ontem, em Belo Horizonte, Contagem, Betim, Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana, e Barão de Cocais e João Monlevade, na Região Central, as duas estão banidas dos estádios por um ano e seus diretores e presidentes poderão responder juridicamente por vários crimes que as organizadas tenham cometido em dias de jogos do Cruzeiro em 2019, como provocação de tumulto, dano ao patrimônio público, ameaças, entre outros.

Com 20 mandados de busca e apreensão, nas sedes das torcidas e nas casas de alguns de seus dirigentes, e 16 de prisão temporária, sendo que oito foram cumpridos e outros oito ainda estão por cumprir, com os torcedores que não foram encontrados sendo considerados foragidos, Máfia Azul e Pavilhão Independente tiveram vários integrantes de suas diretorias presos.

A responsabilização dos torcedores é defendida pelo delegado Denilson dos Reis Gomes, responsável pelo inquérito que apura os conflitos violentos provocados pelas duas torcidas.

Segundo Gomes, após a conclusão do inquérito é bastante provável que alguns líderes das torcidas sejam responsabilizados por associação criminosa. “Porque eles não só têm participado de condutas delituosas, como também instigado seus integrantes”, explicou.

O delegado ainda adiantou que pretende acionar a Justiça para que essas torcidas, que podem ser banidas dos estádios a pedido do Ministério Público, não possam mais comercializar produtos ou receber dinheiro do clube – fato ainda não confirmado durante a investigação. “Não serão mais tratados como torcedores, mas como multidão delinquente”, completou.

Durante a operação, a Polícia Civil encontrou vários bastões de madeira dentro das sedes das torcidas
 
OFÍCIO
A promotora Vanessa Fusco revelou também ontem que vai enviar uma representação à Federação Mineira de Futebol (FMF) para pedir o banimento, por um ano, das duas organizadas dos estádios de futebol em todo o país. 

Segundo ela, o banimento também será feito no entorno dos estádios, levando-se em conta um raio de cinco quilômetros. Os torcedores não poderão portar vestimentas, faixas, bandeiras e objetos referentes às organizadas.

O comandante do Batalhão de Choque, tenente coronel Juliano Trant, afirmou que várias reuniões foram feitas entre Polícia Militar e torcidas, mas elas não atenderam aos pedidos de pacificação. 

“A PM teve um prejuízo enorme porque teve de usar efetivo em jogos do Cruzeiro como se fosse clássico”, afirmou o tenente coronel.

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