O quarteto do rebaixamento

Alexandre Simões e Thiago Prata
10/12/2019 às 09:32.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:59

Uma hora a conta chega para quem abusa dos erros e se torna protagonista de crises. Foi assim com todos os grandes clubes do futebol brasileiro. Após Grêmio, Fluminense, Botafogo, Palmeiras, Atlético, Corinthians, Vasco e Internacional, chegou a vez de o Cruzeiro pagar a dele.

A injustiça é que quem vai “pagar” essa dívida é a torcida, pois é ela quem estará presente em cada capítulo da Série B do Nacional, dando sucessivas provas de amor ao clube celeste. Só que o principal responsável, o grande causador em afundar a agremiação, é um quarteto que sabe exatamente o mal que causou à nação estrelada: Wagner Pires de Sá, Itair Machado, Sérgio Nonato (o Serginho) e Zezé Perrella.
 
WAGNER PIRES
Considerado “presidente-raiz”, com direito a comemoração na banheira em título de Copa do Brasil (em São Paulo, sobre o Corinthians, em 2018), Wagner ganhou a fama de ser um mandatário omisso.

Nos bastidores do clube, ganhou o apelido de “Rainha da Inglaterra”. Se vangloriava pelo fato de a Raposa ter conquistado três títulos em cinco disputados em sua gestão, até a metade do ano. Só que, ao fim da temporada, foram três em oito e o inédito rebaixamento à Segundona.
 
ITAIR MACHADO
Chegou ao Cruzeiro sob desconfiança dos torcedores, por conta dos fracassos na gestão do Ipatinga. Gradativamente, convenceu parte da torcida, que o apelidou de “Mitair”. Só que ficou só no mito. A realidade é outra.

Em 2019, teve – e tem – o nome investigado pela Polícia Civil. Em uma entrevista coletiva, chegou a ameaçar um jornalista. Em outubro, foi demitido do cargo de vice-presidente de futebol.
 
SERGINHO
O primeiro a deixar o Cruzeiro, após a série de irregularidades do clube, foi o diretor-geral. Uma das denúncias sobre Serginho dizia respeito ao salário. Duas semanas depois de assinar contrato, recebeu aumento. No primeiro aditivo contratual, ganhou “luvas” de R$ 300 mil. Deixou a Toca em 4 de outubro.
 
ZEZÉ PERRELLA
Presidente do Conselho Deliberativo, Zezé Perrella assumiu o cargo de gerente de futebol após a saída de Itair. Caiu nas mãos dele o destino do Cruzeiro no restante da temporada. Só que as coisas não saíram como esperado. Acumulou uma série de polêmicas, em vez de apagar incêndios. Numa delas, chamou o elenco celeste de “cagão”. Em outra, disse que o salário atrasado dos atletas não faria falta a curto prazo.

Além disso, pregava o afastamento da diretoria, mas acabou cancelando – ou acatando o cancelamento – as votações do Conselho, permitindo a permanência de Wagner. Aliás, Perrella o chamava de “Rainha da Inglaterra”, mas depois passou a defender o presidente. Esses foram os “homens fortes” do Cruzeiro na temporada.

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