Campeão brasileiro, sul-americano, paulista e mineiro de boxe da categoria peso galo, Ed Carlos Soares, que há dois anos reside em Montes Claros, como atleta e professor da escolinha de boxe no ginásio poliesportivo conta que enfrenta momento crítico

Heberth Halley 


Repórter


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O atual bicampeão brasileiro e mineiro de boxe peso galo, até 53,80 quilos, Ed Carlos Soares, por Montes Claros, e que também tem em seu currículo, quando ainda lutava por São Paulo, o título de bicampeão sul-americano e paulista, e que tantas vezes comemorou títulos, passa por uma situação altamente precária.

- Estou passando por uma situação crítica, após a extinção da secretaria de Esportes e Lazer. Tem dia que vou pegar o ticket com o pessoal da Igreja Batista, que fornece comida para o hospital universitário, para poder almoçar – desabafa Ed Carlos, que também é professor da escolinha de boxe no ginásio poliesportivo Tancredo Neves, que está parada.

- Desde quando acabou a SMEL e que o ex-secretário Georgino Neto, o Gino, saiu da administração, a escolinha não existe mais. Parou de uma hora para outra – conta o boxeador.

- Era um esporte que estava parado e que reativei. Pelo menos 110 alunos participavam da escolinha. Quando encontro com algum deles na rua, eles me perguntam que dia recomeçarei com as aulas, mas não tenho resposta, fico até mesmo sem palavras – explica Ed Carlos.

- Estou passando por uma situação crítica após a extinção da secretaria de Esportes e Lazer. Tem dia que preciso pegar o ticket com o pessoal da Igreja Batista, que fornece comida para o hospital universitário, para poder almoçar – diz o campeão brasileiro de boxe, Ed Carlos


(foto: Wilson Medeiros)

Ele conta que veio para Montes Claros a pedido de Gino e que, com a saída dele, está muito difícil de sobreviver, pois perdeu o patrocínio que tinha da Álvaro Autopeças e o apoio que tinha do secretário para se manter com a família.

- Após a saída de Gino fiquei sem pé e sem cabeça, estou morando há quatro meses no ginásio poliesportivo – afirma.

Ed Carlos, que é casado com Leonéia, e pai de Murilo Henrique e de Maísa, conta que quando chegou a Moc, por alguns meses, morou no ginásio até que arrumou uma casa.

- Com o dinheiro do patrocínio da escolinha de boxe, dava para sustentar minha família. Morávamos numa casa alugada. Mas agora a situação ficou muito difícil e tive que voltar com a família para o ginásio – diz

Ele conta que, na semana passada, foi à secretaria conversar com o secretário adjunto de Esportes e Lazer, interino, Eustáquio Saraiva, para poder ficar mais um tempo no ginásio até que se resolva a situação. Mas a resposta do interino foi que ele e sua família não podiam mais ficar no ginásio.

- Cheguei a pedir para que me incluíssem no auxílio moradia, mas disseram que não dava mais. Hoje, além da minha família, moram mais nove famílias no ginásio poliesportivo – disse Ed Carlos.

O boxeador, que diz ter recebido um nocaute da vida, tem ainda a esperança de conseguir sobreviver em Montes Claros.

- Espero que alguém ou uma empresa possam me ajudar. Pelo menos, para eu manter um patrocínio da minha escolinha, pois assim posso sustentar minha família. Caso eu não consiga, terei que voltar para São Paulo, com minha esposa e meus filhos, pois não tenho parentes em Montes Claros e nem como sobreviver – diz.

Ele ressalta que já enviou vários currículos às empresas e fábricas da cidade, mas que até o momento não obteve sucesso.

Além da Igreja Batista, que às vezes lhe cede o almoço, o pessoal da Escola municipal Geraldo Pereira, também tem cooperado com a família de Ed Carlos, mandando merenda.