Antes da partida de volta das oitavas de final da Copa Libertadores da América, a imprensa argentina noticiava que o River Plate, adversário do Cruzeiro, encontraria um “infierno azul” – inferno azul, em tradução livre – no Mineirão, devido ao “clima hostil” que se formaria a partir da união entre a pressão da torcida celeste e a força do time da Raposa. Os Millonarios, no entanto, venceram aquela batalha, na disputa por pênaltis, em 30 de julho. De lá para cá, o tal “inferno azul” ganhou outra conotação.
Durante o período de mais de um mês e meio que se seguiu, os celestes entraram num período extremamente negativo. A eliminação na Libertadores foi sucedida pela desclassificação na Copa do Brasil e a volta dos celestes à zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Neste sábado (21), uma nova gota de esperança surge para tentar dar fim ao “inferno” que se instaurou na Toca II.
Vencer o Flamengo, líder da Série A, com 42 pontos, no Gigante da Pampulha, tem contornos de “milagre”. Mas, se ocorrer, pode alterar a, até aqui, infeliz história do Cruzeiro no segundo semestre. Ou, ao menos, diminuir o peso das costas dos jogadores do clube estrelado.
Além de deixar o Z-4 – pelo menos, momentaneamente, já que no domingo o Fluminense poderia recolocar os azuis na zona de rebaixamento, no jogo contra o Goiás, no Serra Dourada –, a equipe comandada por Rogério Ceni encerraria uma série de três partidas sem ganhar na temporada – nos últimos desafios, perdeu para Inter, na Copa do Brasil, e Grêmio e Palmeiras, no Brasileiro.
Isso sem contar na quebra de outra escrita. Há mais de quatro anos que o Cruzeiro não supera o rubro-negro no Mineirão. A última vez que isso ocorreu foi no dia 3 de junho de 2015: 1 a 0. Após esse embate, houve cinco jogos, sendo três triunfos flamenguistas e dois empates.
Uma vitória também atrapalharia a trajetória dos cariocas na corrida pelo título – o Palmeiras aparece em segundo, com três pontos a menos. Há ainda outro aspecto a ser considerado. A Raposa se “vingaria” de Arrascaeta, que faltou aos treinos da pré-temporada, forçando sua ida ao Flamengo, e “manchou” sua história no clube estrelado.
Em suma, para a Raposa, um triunfo neste sábado valeria mais que três pontos.