Há 100 dias do centenário, Cruzeiro desafia crises para tentar “renascer”

Alexandre Simões | Guilherme Piu
@oalexsimoes | @guilhermepiu
24/09/2020 às 00:35.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:37
 (WASHINGTON ALVES/LIGHT PRESS/CRUZEIRO)

(WASHINGTON ALVES/LIGHT PRESS/CRUZEIRO)

O Cruzeiro está há exatos 100 dias do seu centenário, e um momento que era para ser especial na história do clube é marcado pela preocupação dos seus torcedores, fruto da maior crise institucional, financeira, política e técnica da sua história. Pela primeira vez, a agremiação participa de um torneio da Segunda Divisão, a Série B do Campeonato Brasileiro.

Para o torcedor, a 15ª colocação na Segundona nacional, prova maior da crise técnica, é a maior preocupação no momento. Acostumado a comemorar títulos importantes, inclusive recentemente, pois em 2017 e 2018 o clube se tornou hexacampeão da Copa do Brasil, maior número de títulos de um clube na competição, fruto de um inédito bicampeonato em sequência, o cruzeirense vive desde o segundo semestre do ano passado um pesadelo.

E ele é fruto das outras crises que fazem parte da realidade cruzeirense. A administração Wagner Pires de Sá, iniciada em 2018 e que teve em Itair Machado e Sérgio Nonato dois agentes importantes, quebrou o clube, que já vivia situação financeira muito ruim após uma péssima gestão de Gilvan de Pinho Tavares entre 2012 e 2017.

Só em 2019, o prejuízo cruzeirense beirou os R$ 400 milhões. A dívida do clube está chegando a R$ 1 bilhão. E a saída do Profut (programa de refinanciamento de dívidas federais) somada às várias contratações que não foram pagas e são cobradas na Fifa praticamente inviabilizam o Cruzeiro. 
 
PONTOS PERDIDOS
Nesta Série B mesmo, a Raposa iniciou com seis pontos a menos por não pagar uma dívida na Fifa, pela contratação do atacante Willian, em 2014.

Usado politicamente e pessoalmente há décadas, o Cruzeiro vive o reflexo disso. Os dirigentes e conselheiros transformaram a agremiação em fonte de receita ou privilégios e isso fica evidente não só nas várias denúncias feitas pela imprensa, mas também nas ações, ou na falta delas, por parte do Conselho Deliberativo.

O órgão, que deveria ser fiscalizador, não cumpre seu papel dentro do funcionamento do clube e tem responsabilidade direta por tudo o que o Cruzeiro enfrenta neste momento.

Diante deste cenário, o maior presente que o cruzeirense quer no centenário é retornar à Série A. O aniversário de 100 anos, em 2 de janeiro do ano que vem, será passado na Segunda Divisão. Inclusive, a tabela da competição marca um jogo contra o Cuiabá, no Mineirão.

O desafio é gigante, por todas as crises que o Cruzeiro vive neste momento. O mais importante deles é deixar a Série B, pois só assim pode acontecer o renascimento da Raposa.

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