Garota Show de Bola

Jornal O Norte
15/01/2013 às 21:04.
Atualizado em 15/11/2021 às 16:56

Craque do Futsal do MCTC, que teve passagens por grande clube brasileiro, revela que tem sonho de ver mais apoio do futebol feminino no Brasil. Em entrevista, ela revela seu desejo de crescer no futebol e sonhar alto, sem tirar os pés do chão.


 

Nairlan Clayton Barbosa


- Repórter

Habilidosa, perseverante e uma sonhadora. A história de determinação foi contada no programa Camisa 12, da TV Geraes, Canal 2. Nela, Daiany Spínola, 21 anos, revela que pratica futebol desde os 9 anos de idade e que sua família foi fundamental no despertar da paixão pelo esporte.


- Desde pequena meu pai e meu irmão me levavam pros campos, sempre brinquei de bola em casa com meu irmão também, daí surgiu a paixão. Desde pequena comecei a frequentar os campos e as quadras, e aí comecei a jogar no time masculino – diz a craque de futsal.

Foto: Raphael Felipe





Daiany atuou pelo Atlético Mineiro e espera um futuro melhor


para o futebol feminino



 

Apesar do talento nas quatro linhas, ela admite que por jogar entre meninos, sofreu preconceito e teve dificuldades desde o primeiro campeonato que disputou.


- Eu era bem nova, aos 10 anos, estava no time do 15 de Novembro ainda e disputei o Campeonato Toninho Rebelo, que era masculino, onde não tinha nenhuma menina. Na minha equipe não tinha preconceito, mas quando chegava nos campos tinha sempre aquela piadinha: Ah mulher, não vai aguentar a pegada, a gente não pode entrar duro, não sabe chutar, não sabe jogar direito. Houve até um Congresso pra decidir se todos concordavam com a minha participação, até que todos disseram que sim e eu pude disputar o campeonato – explica Daiany.

Entre troféus e medalhas que acumulou ao longo da carreira, ela ostenta sua maior conquista, a medalha de campeã brasileira de Futsal, conquistada em Recife, Pernambuco.


-  Ser reconhecido nacionalmente, com melhor representando sua cidade, não tem preço. Outra medalha que muito me orgulha foi a que conquistei quando estava atuando no Atlético Mineiro e fui campeã da Taça BH, que foi o primeiro campeoanto que disputei pelo time profissional, além de ter sido campeã mineira, campeã estadual pelos Jimis e outros grandes títulos – diz a jovem Spínola.

Após disputar os jogos de minas e conquistar o título de vice-campeã em 2012, Daiany ficou afastada das quadras por lesão no menisco, mas se recuperou, e hoje é peça importante na equipe comandada pelo técnico Rodrigo Bezerra.


- Eu vi a equipe do Toquinha, do Maracanã, jogar nas competições municipais desde 2005, quando a conheci juntamente com um grupo de outras atletas que atuavam lá na equipe. Ela se destacava por ser muito técnica, habilidosa, tem boa finalização, condicionamento físico privilegiado, e por ser uma atleta jovem, técnicamente ela é muito boa – elogia o técnico Rodrigo Bezerra.

Daiany já atuou em diversas equipes desde quando começou no futebol de campo. Sua habilidade lhe rende um lugar no time do Atlético Mineiro, para ela uma oportunidade e tanto.


- Uma experiência grandiosa, que sem dúvida, contou muito para a formação da atleta que eu sou hoje. A partir do momento que você sai da sua cidade, vai para outro lugar onde existe uma estrutura e um suporte melhor de treinamento, sem duvida conta muito pro desenvolvimento de qualquer atleta – desabafa Daiany.







Com o incentivo da família, a atleta divide o tempo entre a


faculdade e os treinos do MCTC


De volta ao norte de minas, ele divide seu tempo entre a sala de aula e as quadras de futsal.


- É complicado treinar e estudar ao mesmo tempo, então eu procuro priorizar o que eu tenho certeza que vai segurar o meu futuro hoje, que é a faculdade, por que hoje os atletas amadores não tem um seguro para o futuro e você não consegue viver somente de futebol, pela falta de estrutura, por isso eu busco sempre priorizar meu curso de educação física. Me dedico ao esporte sempre aos finais de semana, tento fazer as duas coisas, mas sempre priorizando a faculdade – diz.

Para Daiany, entre treinamentos e competições, existe ainda um longo caminho a ser percorrido até a conquista de todos os sonhos. Para chegar até lá, o lema é não pisar na boal e se mirar nos grandes exemplos do futebol.


- Minha expectativa é que alguém invista mesmo no futuro, que alguém crie um projeto revolucionário no mundo que seja bom para o futebol feminino em si, por que nas outras modalidades tem patrocínio e tem investimento, mas no futebol em si, no feminino, não tem investimento, sendo que a seleção feminina hoje ocupa o quarto lugar no ranking mundial e não tem investimento nenhum, não tem estrutura, não tem base, enquanto a seleção brasileira que é 18º colocado, tem tudo de sobra. Eu sonho que ainda dispute outros campeonatos e chegue um dia na seleção, que é o sonho meu e de outras atletas – finaliza cheia de sonhos a craque do futsal montes-clarense.

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