Em entrevista, Sérgio Sette Câmara comenta momento e futuro do clube
(BRUNO CANTINI/ATLÉTICO)
Foram mais de três meses, ou exatos 100 dias, desde a última entrevista coletiva. O longo inverno, embora não exatamente tenebroso, chegou ao fim ontem, quando o presidente atleticano Sérgio Sette Câmara voltou a conversar com os jornalistas na sala de imprensa da Cidade do Galo. Tempo para falar da eliminação na Sul-Americana; da queda de rendimento no Brasileiro e dos planos para 2020 em meio à situação financeira delicada.
SUL-AMERICANA
“Sem dúvida nenhuma, a desclassificação na Copa Sul-Americana foi péssima em todos os aspectos: financeiros, moral do time, na confiança. Óbvio que a gente fez uma aposta muito grande, que nos levou a sacrificar alguns jogos no Brasileiro. Acreditando que pudéssemos estar na final e vencê-la. Não vou nem dizer se acertamos ou erramos porque quero dizer pra vocês que estas decisões não são minhas. A gente tem pessoas qualificadas aqui no nosso corpo técnico e elas que opinam sobre a utilização de time reserva ou time principal. Eu tenho que confiar nestes profissionais. Além de tudo, tem o prejuízo financeiro. Todos sabem que estamos numa situação financeira difícil. A passagem para a final, mais a perspectiva de ganhá-la, sem falar na valorização do próprio elenco, trazem um prejuízo muito grande. Temos que assimilar”.
MANDATO
“Eu, hoje, sou o pior presidente do Atlético, mas eu sou porque sou o atual. Já foi o Daniel (Nepomuceno), depois o Ziza foi o pior, o Alexandre (Kalil) nos três primeiros anos foram sofridos. Depois ele ganhou e aí fica de bom aquilo que fez. Mas quem apanha não esquece. Acho que está faltando respeito ao presidente. Em algumas vezes, eu mereci porque erramos. Mas tem coisa boa também”.
CRÍTICAS
“ Quando alguém te chama de ladrão, falando que vai matar a sua filha, se você não se defende, deveria. A pena para crimes digitais vai triplicar (...) Eu chamei atenção (sobre a segurança que tentou censurar manifestação de torcedor no Independência), vamos tomar algumas medidas para que não volte a acontecer. O torcedor tem todo direito de se manifestar. Não tenho menor problema com isso, não ligo para isso. Fico triste de ver uma pessoa com uma faixa me xingando, acho que isso é desrespeito, mas se ele quer fazer isso, paciência. De mim, nunca saiu determinação nenhuma neste sentido”.
SANTANA x MANCINI
“Muita gente reclama que não se dá oportunidade a um treinador de fazer um trabalho longevo. Outros acham que tem que fazer troca. Eu particularmente entendo que tem que ser um trabalho de longo prazo, como acontece na Europa, de um modo geral. Tentamos fazer isso com o Rodrigo. Talvez, a gente tenha segurado mais do que o devido. O Mancini é um treinador experiente, que conhece, que já tinha trabalhado com alguns atletas do nosso elenco. Quero crer que ele vá ter todo o sucesso aqui neste período de contrato. Se ele vai continuar conosco aqui é uma outra história”.