Heberth Halley


Repórter


www.onorte.net/halley

O destaque de hoje da Galeria dos Atletas é o jogador Sandrinho, 30 anos. Ele conta que começou a carreira jogando na escolinha do Ferroviário, com o treinador Pedro Perninha. Logo depois foi para o Cassimiro, a convite do treinador Bonga, para disputar a copa Sociedade. Nesse período fez um teste no Atlético Mineiro e foi aprovado. Mas, insatisfeito com a concentração do time alvinegro na época, fica apenas dois meses.

Sandrinho disse que hoje não tem mais vontade de jogar (foto: arquivo)

Volta para Moc, e vai para o Ateneu disputar o campeonato mineiro de júnior em 1995. Ele lembra que foi no Broca, com o incentivo do treinador Waltinho, que decidiu de vez ser um jogador de futebol. Ressalta que num jogo contra o time de Lavras, um olheiro do Vasco foi ao estádio para levar um de seus jogadores, mas o viu jogando e o convidou para fazer um teste no time vascaíno.

Sandrinho segue para o Rio de Janeiro em 96, e no Vasco disputa o campeonato carioca e a Taça Londrina. Ainda em 96, vai para o Seris de Bangú, lá se profissionaliza e disputa a terceira divisão carioca onde se sagra vice-campeão.

O jogador montes-clarense conta que nessa época o presidente do time o levou para um período de teste na Paris Saint Germain, na França, mas por infelicidade do destino, em seu primeiro treino, contunde-se e acaba com o sonho de ficar na equipe francesa.

Volta para o Brasil e a convite do presidente Ville Mocelin, vai para o Montes Claros que tinha acabado de subir para a primeira divisão do campeonato mineiro.

Em 97, disputa o mineiro e tem uma ótima passagem pela equipe montes-clarense, colocando-a entre as quatro melhores de Minas.

Em 98, seu destino seria o Guarani de Divinópolis, quando disputa o mineiro. E logo depois volta para o Bicho. Lembra que depois de um amistoso contra o Galo, é contratado para o alvinegro. Fica em contrato com o Galo até 2003, mas nesse período, com as várias parcerias é emprestado para jogar em algumas equipes, como Valério, em 99, para disputar o mineiro, e depois Villa Nova, para a disputa do campeonato brasileiro da série C. Em seguida vai para o Uberlândia, em 2000. No ano seguinte, volta para o Atlético. Em 2002, é emprestado novamente ao Valério. Em 2003 fica dono do seu passe e vai para o Rio Branco, de Andradas, e depois é contratado para o Villa Nova. Fica no Villa até julho de 2004. Com o retorno do Montes Claros nas competições, tem uma breve passagem pelo Bicho, mas seu destino seria o Asa, de Arapiraca, quando disputa o campeonato alagoano, mas participa apenas de seis jogos. Logo depois, desiste do profissionalismo, e como ele mesmo frisou:

- Hoje, só jogo por brincadeira.

DESÂNIMO

Perguntado por que desistiu do profissionalismo respondeu.

- Desanimei com o futebol. Não tenho mais prazer em jogar. Não tinha ânimo para treinar. Quando chega esse momento, a gente tem que parar. A pressão é muito grande. Principalmente porque o lado financeiro não compensa, especialmente em certos clubes considerados pequenos. Até quando eu tinha contrato com o Atlético era legal, pois era o Galo que pagava o meu salário, mas depois ficou difícil estar longe da família e ficar às vezes até sem receber – diz.

EXPERIÊNCIA

Sandrinho diz que mesmo com tantas dificuldades em permanecer em clubes, jogando em determinados times pequenos, considera que a sua carreira foi muito legal, mesmo a encerrando ainda jovem.

- Tirei muito proveito e conhecimento da minha carreira. Conheci pessoas de todo jeito. Mesmo com tantas dificuldades foi muito bom - salienta.

ILUSÃO

O jogador disse que muitos pensam que a carreira de futebol é recheada de mil maravilhas, mas que na realidade existe um mundo de ilusão.

- O futebol é ilusão. Passei por vários times, e você, ao ver cada coisa, fica impressionado. Time pequeno é muito complicado. Pagamento atrasa, jogadores não recebem, alojamento ruim. Hoje, 80% dos jogadores de futebol enfrentam puro sofrimento – frisa.

PASSAGEM PELO BICHO

Ele destaca que a passagem pelo Montes Claros foi excelente.

- Fizeram um bom campeonato e o grupo era unido. Ficou uma grande amizade entre os jogadores. Vai ser difícil Moc fazer um time profissional como aquele de 97.  Joguei muito bem aquele campeonato mineiro, sempre fazia gols. Esperamos que o Bicho volte – diz Sandrinho.

FUTEBOL EM MOC 

- O que falta para que Moc volte a ter um time profissional é apoio. É preciso ter um grupo de pessoas com credibilidade trabalhando em prol do futebol. Mas, antes de tudo, é necessário criar um estádio e um centro de treinamento. Os torcedores de Moc gostam de futebol, mas estão carentes de um time – acredita.

PERFIL

Partida inesquecível – Uberlândia 1 x 0 Central de Caruaru, pelo campeonato brasileiro da série C de 2000 - fui considerado o melhor jogador da partida.

Gol mais bonito – Ateneu 2 x 0 Cruzeiro de Luz, pelo campeonato mineiro de júnior de 95. Recebi a bola do meio campo, driblei vários jogadores e marquei o gol.

Gol mais importante – Atlético 2 x 1 Montes Claros, no mineiro de 1997, no Mineirão. Driblei Márcio Santos e toquei na saída de Taffarel.

Companheiro ideal – Lincoln, aquele jogou no Galo e está na Alemanha. Joga muito.

Amigo no futebol – No futebol você faz várias amizades e fiz algumas, como com Bentinho, Ramon, que está no Vasco, Marques, Jarden e outros.