Heberth Halley
Repórter
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O destaque de hoje da Galeria dos Atletas é o ex-jogador montes-clarense Ronaldo Leite Garcia, conhecido por Ronaldinho, 43 anos. Destacou no Ateneu e logo foi para o Cruzeiro, onde foi bicampeão mineiro, campeão da Taça Minas Gerais, e disputou várias competições, como o Brasileiro e a I Supercopa em 88, quando foi vice-campeão.
Começou sua carreira no Ateneu, no mirim, com o treinador Bilú. Mais tarde, Marcelino Paz do Nascimento viria a ser seu técnico no juvenil, sagrando-se campeão montes-clarense da categoria em 78. Em 79, disputa o campeonato mineiro infantil pelo Broca, com o treinador Maciel Júnior, ficando em terceiro lugar.
No ano seguinte, Ronaldinho disputa novamente o campeonato mineiro, mas desta vez da categoria júnior.
Em 81, disputa de novo o estadual - e chega a jogar uma partida pelo profissional, contra o Uberlândia, aos 17 anos.
- Fiquei no banco de reservas, mas naquele momento do jogo, infelizmente, recebemos a notícia de que a mãe do jogador Robson havia falecido. Aí, entrei em seu lugar – conta.
Em 81, com a base praticamente dos atletas do júnior, o Ateneu conquista, em cima do Cassimiro, a Taça Montes Claros. Ronaldinho lembra a escalação das duas equipes. Ateneu foi campeão com: Ninha, Ronaldinho, Humberto, Airton, Paulão, Carlúcio, Elízio, Tatinha, Bolão, Robson e Carlinhos Rodrigues. O Cassimiro perdeu com um timaço: Didi, Walber, Afonso, Lelê, Simeão, Aroldo Dinamite, Fernando Coelho, Jânio, Torresmo, e Proença.
Em 82, o Ateneu mais uma vez disputa o mineiro de júnior, e, da equipe campeã, entram outros jogadores júnior como Zé Carlos, Dinga, Cazoba, João Carinha, entre outros. O clube termina na quinta colocação.
O lateral direito Ronaldinho conquistou vários títulos pelo Cruzeiro
(foto: Manoel Freitas)
Ronaldinho conta que no fim de 82 teve um campeonato de seleções e Montes Claros participou. O treinador era Hélio Gordo. Recorda o ex-atleta que o time montes-clarense esteve bem na competição, e que ele atuou apenas na última fase, pois disputava o mineiro, sendo o artilheiro da fase como lateral direito.
- Joguei muito bem a competição. Seu Rossi, treinador do juvenil do Cruzeiro na época, deu o aval para eu ir para o time da Toca da Raposa. O Cruzeiro compra meu passe, que era do Ateneu, e ai começa minha era no Cruzeiro – diz.
Ronaldinho lembra ainda das sondagens de várias equipes como Atlético, América, Uberaba, interessados em contratá-lo, mas que o acerto foi com o Cruzeiro.
Chega em 83 e, mostrando que tem estrela, é campeão mineiro júnior, ao lado de jogadores como Vilmar e Quirino. No mesmo ano, é convocado para seleção mineira.
Em 84, disputa a Taça São Paulo de júnior, mas o time não vai bem. Lembra que naquele ano o campeão foi o Santos, mas que no jogo da fase classificatória contra o Santos, ele foi o melhor em campo, recebendo um troféu.
Volta e se profissionaliza no Cruzeiro. Torna-se tricampeão da Taça Minas Gerais e ainda conquista o campeonato mineiro em cima do Atlético, e também disputa o campeonato brasileiro, mas nessa época era reserva e entrava em apenas alguns jogos.
Em 85, começa a brigar pela vaga de titular, no mineiro e brasileiro. No final de 85, é emprestado para o Goitacazes, do Rio de Janeiro, para a disputa do campeonato carioca.
No ano seguinte, volta para o Cruzeiro já como titular, mas, por infelicidade do destino, quebra o pé em maio de 86, numa partida contra o Democrata de Governador Valadares, pelo mineiro, e fica um tempo parado. Retorna já no fim do ano, para as finais do brasileiro.
Em 87, conquista o bicampeonato mineiro e ainda fica em quarto lugar na Copa União. Em 88, disputa mais um mineiro e brasileiro e ainda é vice-campeão da I Copa Super copa, quando perde para o Rancing.
Em outubro, começa a seguir outros caminhos: é emprestado para o Esportivo de Passos, para a disputa da série C, e é vice-campeão, naquele ano, quando 64 clubes participam a competição.
Em 89, vai para o Valério de Itabira, e, em seguida, para o Rio Branco, de Andradas, para a disputa do brasileiro da série B.
Em 90, vai para o Flamengo de Varginha, onde disputa o mineiro.
No outro ano, seu destino seria o Villa Nova de Nova Lima. Ganha passe livre e disputa o mineiro e a Taça Minas Gerais.
Em 92, vai para o Democrata de Sete Lagoas, onde fica até 93. Ronaldinho recorda que durante três anos disputou 76 partidas e não levou nenhum cartão amarelo.
Em 94, vai para a Patrocinense, depois joga no Guarani de Divinópolis pela segunda divisão do mineiro.
Em 95, é contratado pelo Estrela do Norte, de Cachoeiro de Itapemirim, para a disputa do campeonato capixaba.
Em 96, disputa novamente o campeonato mineiro, desta vez pelo Paraisense e encerra a carreira aos 33 anos.
Em seguida, é aprovado no vestibular para Educação Física na Unigammno de Lavras. Faz especialização em Treinamento Esportivo e, em 2001, começa sua carreira como preparador físico. Sua primeira equipe é o Villa Nova. Em 2002, é auxiliar técnico de Flávio Lopes e também no Villa. Em 2003, vai para o Cruzeiro, como preparador físico do infantil. A partir daí, faz dobradinha com o treinador Célio Costa por diversas equipes onde o Cruzeiro tinha parceria. Vai para o Itabuna, Montes Claros, Uberlândia, Guarani de Divinópolis e Valério. Atualmente, é preparador físico da equipe pré-infantil do Cruzeiro, com atletas de idade até 14 anos.
- Não tenho pretensão para ser treinador. Quero seguir a carreira como preparador físico. Trabalho numa grande empresa que é o Cruzeiro, que dá todo suporte profissional. Estou feliz lá – diz Ronaldinho.
PERFIL
· Partida Inesquecível: Cruzeiro 3 x 2 Atlético pelo campeonato mineiro de 1985. Estava no banco e entrei no decorrer do jogo. Tive uma boa atuação. E foi inesquecível por ser o maior clássico mineiro. O time do Galo tinha atletas como João Leite, Nelinho Zenon, Luisinho, Reinaldo, Edér, entre outros. Era um timaço. Os gols foram de Edu Lima (2) e Luis Cosme, e do Galo, Marcus Vinícius e Reinaldo.
· Título mais importante: o Campeonato mineiro de 1984. Quebramos uma seqüência de vitórias do Galo.
· Título que queria ter ganhado: A I Super copa em 88 e a copa União em 87.
· Gol mais bonito: Cruzeiro 3 x 0 Democrata de Sete Lagoas pelo mineiro de 86. Fiz o primeiro gol.
· Melhor treinador: Carlos Alberto Silva. Em Moc, Maciel Júnior. Mas o melhor, sem dúvida, foi Bonga.
· Melhor jogador: Joãozinho. Em Moc: Índio e Jânio - este fez muito para o futebol de Moc.
· Jogador mais difícil de marcar: Joãozinho. Era muito difícil marcá-lo. Em Moc, foi Róbson.
· Companheiro ideal: Juninho, ex-zagueiro da seleção brasileira de 82. Teve pouco tempo no Cruzeiro.
· Melhor amigo no futebol: Sou muito fácil de fazer amigos. Prefiro não citar.
· Monte uma seleção de todos os tempos de Moc: Budega, Valdirzinho, Nicomedes, Dequinha, Lucídio Porreta, Luis Fon Fon, Índio, Jânio, Denarte, Bolão e Carlinhos. Treinador: Bonga
· Você não entraria na seleção? Eu não teria capacidade nunca de entrar nesse time.
