Heberth Halley
Repórter
www.onorte.net/halley
O destaque de hoje da Galeria dos Atletas é o ex-jogador Robson Duarte Rodrigues, 44 anos, conhecido como Robson Trovãzinho, que foi apelidado também pelo radialista Gelson Dias de O Pequeno Polegar, devido à sua pequena estatura.
Destacou no futebol no início da década de 80, infernizou as defesas adversárias com seus dribles rápidos, velocidade e chutes com as duas pernas.
Começou no Ateneu, com o treinador Emílio Bilú, como ponta-direita. Jogou nas categorias de base do Ateneu até 1977. No ano seguinte, vai para o rival Cassimiro de Abreu, para a disputa do campeonato mineiro infantil, e a equipe do treinador Castilho, que faleceu recentemente, termina em terceiro lugar.
Em 79, o então presidente do Ateneu, Aristóteles Mendes Ruas, chama Robson para voltar ao Broca. Lá, disputa o campeonato mineiro juvenil mineiro, ao lado de atletas como Ninha, Humberto, Ronaldinho, Lalá, Nena, Manoel, Alaílton, entre outros. O treinador era o Maciel Júnior. A equipe teve um bom aproveitamento na competição.
Robson Trovãozinho recebeu o apelido de Pequeno Polegar do radialista Gélson Dias (foto: Wilson Medeiros)
Em 80, Robson disputa o campeonato mineiro de júnior pelo Ateneu. Mas a equipe não vai bem.
Em 81, o Ateneu disputa uma seletiva para a primeira divisão do mineiro. O atacante que se destacava nos campeonatos juvenis, com 18 anos, é convocado pelo treinador Maciel Júnior para jogar a competição. Ele conta que o dia 05 de abril de 1981 poderia ser marcado como um dia feliz, pela estréia no campeonato e na equipe profissional, mas o destino tornou aquela data o dia mais triste da sua vida.
- Vários atletas profissionais do Ateneu foram dispensados. Aí chamaram os jogadores da categoria de base, e eu fui escolhido. No dia 05 de abril de 81, jogavam Ateneu e Uberlândia e fui escalado como titular. Estava jogando bem e em certo momento o lateral Ronaldinho, que jogou depois no Cruzeiro, entrou no meu lugar. Os torcedores não reclamaram da substituição, mesmo sabendo que o Ateneu precisava vencer, eles ficaram olhando pra mim, todos apreensivos e eu desconfiado. Dois diretores do Ateneu da época me pegaram e me levaram para casa. Eu não estava entendendo nada. Perto de chegar em casa eles me disseram que minha mãe, Maria Duarte, tinha falecido – conta Robson.
Naquele dia o Ateneu acabou perdendo por 3 a 1.
Em 82, o Ateneu volta a disputar novamente a competição estadual com um dos melhores times juvenis que já montou. A equipe terminou em quarto lugar na competição. Robson se recorda muito bem da escalação da equipe titular: Ninha, Ronaldinho, Zé Carlos, Dinga, Cazoba, João Carinha, Tatinha e Índio, Robertinho, Bolão e Robson. A equipe chegou a vencer o Cruzeiro por 1 a 0, com gol de Robertinho, em Belo Horizonte.
No mesmo ano, o Ateneu disputa a Taça Montes Claros e sagra-se campeão em cima do Cassimiro, por 1 a 0, gol de Bolão.
Em 82, Robson vai para o Olímpico e conquista o bicampeonato da Taça Montes Claros. O empate em 1 a 1, contra o Cassimiro dá o título para o Olímpico. O gol da final foi marcado por Robson e pelo Cassimiro por Aroldo Dinamite. Nesse jogo Robson conta que foram expulsos quatro jogadores do Cassimiro, Waldir Flávio, Torresmo, Simeão e Walber. O atacante que despontava para o futebol montes-clarense lembra que na equipe do Olímpico jogavam Bolão, Tarcísio, Elízio, Chico Pinguinha, Djalma, Ronaldo, Humberto, e que o treinador era Coró Barbosa.
Em 83, Robson é tricampeão consecutivo da Taça Montes Claros, pelo Ateneu. Ele conta que no mesmo ano faz um teste no Villa Nova. O então diretor do Ateneu, Manoel Oliveira, seu tio, o indica para o Villa. Fica por duas semanas na equipe e é aprovado. Mas ele conta que o Ateneu queria vendê-lo. Quando voltou para Moc para resolver sua situação e retornar ao Villa, seu tio falece e resolve não voltar. Lembra o ex-atleta que jogavam no Villa Nova os famosos Zé Carlos e Aroldo Dinamite.
Em 84, começa a trabalhar no Itaú, com indicação de Gil, chegou a fazer parte do time de futsal, mas era reserva. Disputa a Taça Montes Claros para o Coroinha e sagra-se tetracampeão da competição, sendo um dos poucos títulos do Coroinha do presidente Waldir Rosquinha. O time campeão foi: Valério, Alegria, Robertão, Afrânio, Simeão, Lalá, Ilzemar Seco, Aroldo Dinamite, Tone Ilídio, Neguinho da Budaia e Robson.
Em 85, vai para a equipe da Transmoc no campeonato amador. Recorda de um jogo contra a Matsulfur.
- Minha irmã, Wanda, era casada com o atacante Bolão, e ele jogava pelo Matsulfur e eu pela Transmoc. Muitos torcedores perguntavam para quem Wanda torceria, se para o irmão ou para o marido. Ganhamos por 3 a 2 e fiz os três gols – conta.
Em 86, saí do banco para disputar o profissionalismo para o Ateneu, o campeonato mineiro da segunda divisão. De Montes Claros jogavam os atletas: Paulão, Edvaldão, Roninha, Airton e Ailton Neguinho.
Robson fez parte do elenco do Ateneu que disputou o campeonato mineiro da segunda divisão de 1986. Em pé: Bolão, Niltão, Paulão, Hamilton, Edvaldão e Airton. Agachados: Robson, Ailton Neguinho, Regis, João Alves, Félix e Roninha (foto: arquivo)
Em 87, o Broca volta a competir no estadual, mas o time não vai bem. Teve uma de suas piores atuações de todos os tempos, não vencendo uma partida. Nesse ano quem se despontou foi o atacante Marquinhos Besourão.
Ainda no mesmo ano, Robson, joga o campeonato amador pela Transmoc.
No ano seguinte, disputa pela primeira vez o campeonato varzeano pelo Major Prates e é campeão, sendo o artilheiro da competição com 25 gols, num ataque formado por Bolão, Robson e Lola. Ele conta uma de suas façanhas no campeonato.
- Num jogo contra o Ponte Branca ganhamos por 4 a 0 e fiz os quatro gols – recorda.
Em 89, o atacante Robson machuca o joelho, desanima e fica por quatro anos sem jogar futebol. Apenas competições de clubes como no Ferroviário.
Depois de muito tempo sem disputar uma competição amadora, volta a disputar o campeonato máster pelo Major Prates e é campeão em 2002.
Atualmente é casado, pai de três filhos e atua na área de contabilidade como auxiliar contábil.
. . . . . . . . . . . . . . . . .
PERFIL
· Partida Inesquecível: A final da Taça Montes Claros em 1982, Olímpico 1 x 1 Cassimiro.
· Gol mais bonito: Nessa mesma final. Bolão tocou a bola pra mim. Na saída do goleiro Didi, toquei por cima.
· Título mais importante: A Taça Montes Claros pelo Coroinha em 84. Ninguém acreditava no nosso time e foi um dos poucos títulos do Coroinha.
· Título que queria ter ganhado: O mineiro de júnior em 82 pelo Ateneu.
Melhor treinador: Maciel Júnior e Marcelino Paz do Nascimento.
· Melhor goleiro: Budega.
· Melhor jogador: Bolão.
· Parceiro ideal dentro de campo: Bolão.
· Em qual jogador se inspirou: Joãozinho do Cruzeiro.
· Melhores amigos no futebol: Foram vários como: Bolão, Lola, João Carinha, Robertinho, Torresmo, Zarão, Bolota, Gislândio, Índio, Lalá e Tatinha.
· Monte uma seleção de todos os tempos: Budega, Nena, Humberto, Airton, Walber, João Carinha, Tatinha, Índio, Bolão, Benê e Carlinhos (meu irmão) que já faleceu. Treinador Marcelino Paz do Nascimento.
