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Sábado,22 de Novembro

Galeria dos atletas: Odair, um montes-clarense que faz sucesso em Portugal: jogador está de férias em Montes Claros e espera assinar nos próximos dias com algum clube

Jornal O Norte
Publicado em 19/07/2006 às 12:43.Atualizado em 15/11/2021 às 08:40.

Heberth Halley


Repórter


www.onorte.net/halley



O destaque de hoje da Galeria dos Atletas é o jogador de futebol, Odair, há oito anos em Portugal. Sua carreira começa no Diamantina, do Santos Reis, time do seu pai, Manoel Ataliba - jogava na escolinha. Aos 14 anos, o treinador Bonga, do Cassimiro, o convida para jogar no Mais Querido para disputar a extinta Copa Sociedade. Odair, querendo traçar os caminhos da vida futebolística deixa a equipe do pai e sagra-se campeão da Copa Sociedade.






O zagueiro montes-clarense, Odair, espera definir sua situação



Fica por três anos no Cassimiro. Aos 17 anos, quando fazia teste no Atlético Mineiro, o treinador do Venda Nova, o assiste jogando e o chama para o Venda Nova. Não pensou duas vezes, assinou com a equipe da capital, onde disputa dois campeonatos mineiros de júnior - em 1991 e 92, entre outros campeonatos.



Em 93, o Venda Nova fecha as portas, e como seu irmão, o ex-jogador profissional, Borges, estava no Democrata de Governador Valadares, consegue uma oportunidade para ele na equipe e assim Odair disputa o mineiro de júnior. Em 94, se profissionaliza. Em 95, é emprestado para o Montes Claros, para disputar o campeonato mineiro da terceira divisão, quando ajuda a levar a equipe para a segunda divisão.



Volta para o Democrata e fica lá até junho de 96. Com o bom futebol, é emprestado para o Atlético Mineiro, para disputar o campeonato brasileiro, terminando em terceiro lugar. Naquela época, o treinador da equipe era o também montes-clarense Eduardo Amorin. O Galo tinha preferência na compra do jogador, mas não quis. Então Odair volta para o Democrata. Mas não demorou muito e o jogador tem mais outra excelente oportunidade e é emprestado para o Cruzeiro, em 97. Com dois meses vestindo a camisa azul celeste é comprado pelo time da Toca da Raposa.  Lá, teve uma boa passagem, conquistou a Taça Libertadores em 97, bicampeão mineiro em 97 e 98, vice da copa Centenário em 97, vice-campeão da Copa do Brasil em 98, e campeão mundial em 98.



Também em 98, é vendido pelo Braga de Portugal, onde fica até 2002. Na equipe portuguesa é vice-campeão da Taça Portugal e recebe um prêmio pelo recorde de zagueiro a marcar 10 gols em um campeonato, em 99.



Em 2002, vai para o Belenense. Em 2003, é comprado pelo Penafiel e depois de 13 anos a equipe sobe para a primeira divisão, uma glória. Na temporada de 2005/2006, a equipe não vai bem e volta para a segunda divisão.



EXPECTATIVA



Odair tem hoje 32 anos, e o contrato com o Penafiel se encerrou. De acordo com o atleta, ele aguarda as eleições presidenciais do clube para ver se renova ou se é transferido para outra equipe. O jogador confessa que os empresários, o ex-goleiro e tetracampeão mundial, Taffarel, e o sogro de Giovani, do Cruzeiro, Roberto Assunção, estão analisando algumas propostas, mas ainda não têm nenhuma definição. Houve uma sondagem por parte do Ipatinga, mas não houve acordo.  



VOLTA AO BRASIL



- Tenho vontade de voltar a jogar no futebol brasileiro e voltar para o Brasil, até mesmo por causa da família que deseja voltar. Mas não quero voltar só por voltar. Quero voltar para uma equipe, mesmo que da segunda divisão, mas que tenha um projeto legal e organizado.



EXPERIÊNCIA MUITO BOA



- Sem dúvida jogar na Europa, em Portugal, foi uma experiência muito boa. Todo jogador sonha em jogar na Europa. E o futebol de Portugal tem crescido muito, bastante, a cada ano. A diferença de quando joguei pela primeira vez para hoje é muito grande, e principalmente depois que o treinador Felipão foi pra lá. O futebol começou a ser mais divulgado e os jogadores estão mais motivados. Foi uma experiência excelente



ATLETAS NOVOS



- O jogador, que está começando, tem que ter sorte e qualidade. Fiz teste duas vezes no Cruzeiro e Atlético e não passei. E depois tive a oportunidade de jogar nas duas equipes. Naquela época, o treinador Morais, que trabalhou comigo no Democrata, depois foi diretor do Cruzeiro, como gostava do meu futebol, pediu a minha contratação e a do atacante Fábio Júnior. Com certeza sempre existem as indicações, alguém por trás com influência. E isso acontece muito nas categorias de base, filho do diretor, amigo do técnico, mas quando chega ao campo profissional é diferente e a cobrança é muito maior. E o mercado está cada vez mais competitivo. Vários jogadores campeões em vários lugares estão desempregados.



SELEÇÃO BRASILEIRA



- Todo jogador sonha em chegar à Seleção Brasileira. Tive a oportunidade de ir para Portugal com 24 anos e mostrar meu futebol na Europa. Fico chateado em não ter ido para seleção na minha carreira, mas são coisas do futebol. Era um sonho não realizado e que não me deixa frustrado. A competitividade é muita e tenho a consciência que fiz o meu melhor.



SELEÇÃO 2006



- O que aconteceu com a Seleção Brasileira foi o que muitos jogadores negaram. O clima do já ganhou existiu. Só de ter Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká na equipe não significava que bastaria para ganharmos. A presença deles não era suficiente. Hoje não tem time pequeno ou grande. E na Europa isso existe muito, pois são batalhadores. Para ganhar, têm que correr e lutar muito e só com o nome não se resolve. Portugal foi um grande exemplo, um time que ninguém acreditava e os jogadores corresponderam com a determinação e vontade. Hoje não só a técnica e a qualidade individual ganham jogo, mas sim o coletivo é mais importante.



FUTURO



A minha intenção é parar de jogar daqui a uns três anos, mas vamos ver ainda. Depende da minha condição física. Não quero ficar em campo arrastando. Vamos esperar. Depois que parar, penso em trabalhar com o futebol, como treinador ou até mesmo como empresários de jogadores. Vamos ver.



CENTRO DE TREINAMENTO



- Já houve duas conversas com a diretoria do Ateneu para eu tomar conta do clube. A proposta seria que eu tomar conta por 10 ou 15 anos, arrumaria a estrutura do clube, o estádio, gramado, alojamentos. Mas é um caso a ser estudado ainda.



Há também a possibilidade de criar um centro de treinamento, onde trabalharíamos inicialmente com escolinha. Seria um trabalho de longo prazo. Como tenho contato com empresários e times de Portugal, poderíamos fazer futuramente um intercâmbio com os atletas. Mas tudo isso são idéias e propostas a serem estudadas.



PERFIL



Título mais importante – A Taça Libertadores pelo Cruzeiro em 1997



Gol mais bonito – Cruzeiro 2 x 0 Ipatinga, no campeonato mineiro de 1997. Fiz o primeiro gol. Roubei a bola, saí com ela toquei para Marcelo Ramos que levou e lançou pra mim dentro da área e marquei de cabeça.



Gol mais importante – Braga 3 x 2 Benfica no campeonato português, em 1999. Perdíamos por 2 a 1 e aos 40 minutos empatamos e aos 43 minutos fiz o gol da vitória de falta.



Amigo no futebol – Taffarel. Ele foi uma pessoa muito importante. Recebi dele muita força quando eu estava começando. Ele sempre dava força para os jogadores que estavam começando e até hoje nos comunicamos muito. Outro amigo foi o zagueiro João Carlos que jogou comigo no Democrata de Governador Valadares e no Cruzeiro.

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