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Quarta-Feira,26 de Novembro

Galeria dos atletas: Índio, a história do futebol e futsal montes-clarense não pode ser contada sem ele

Jornal O Norte
Publicado em 22/03/2007 às 11:07.Atualizado em 15/11/2021 às 08:00.

Heberth Halley


Repórter


www.onorte.net/halley



O destaque de hoje da Galeria dos Atletas é Otacílio Emídio da Costa Júnior, o conhecido Índio, 45 anos. Após muitos pedidos dos leitores, conseguimos realizar uma entrevista com um dos maiores atletas de futsal e futebol de campo de Montes Claros. Sua habilidade era inquestionável: se tivesse mano a mano com o adversário, o drible era certo. A inteligência para jogar e a irresponsabilidade em criar jogadas às vezes arriscadas, fizeram-no um ícone do futsal montes-clarense. Muitos que o viram jogar, principalmente na década de 80, dizem que Índio foi um dos melhores jogadores de futsal e futebol de Montes Claros. Tanto que, nas entrevistas já feitas, vários atletas citam Índio como o melhor no futsal na década de 80. Com certeza, deixou saudades com seus dribles desconcertantes, geniais e gols cada um mais bonito que o outro.



Seu apelido Índio veio quando ainda estudava no Colégio Marista São José.



- Meus primeiros campeonatos, tanto de salão quanto de campo, foram disputados no colégio, e, como tinha um cabelo grande, na altura dos ombros, muito liso e totalmente preto, o meu primeiro treinador, o irmão marista João Batista, disse que eu parecia com um índio. Daí, então, começaram a me chamar por Índio - conta.



Após sua passagem pelo Marista, nos anos de 74 e 75, onde conquistou alguns títulos, ainda no mirim, foi para o Ateneu através do treinador Emílio Bilú, onde teve uma bela trajetória no futebol de campo. Em 78, sagra-se campeão juvenil de Montes Claros pelo Ateneu. Ele lembra que durante o tempo em que jogava teve grandes treinadores.



- Ao longo da minha história, tive treinadores maravilhosos no campo e no salão, como Irmão João Batista, Bilú, Maciel, Valter Lima, Bonga, Castilho, Gil, Gezinho, e outros, que me desculpem se não me recordo agora dos nomes. Dentre todos, destaco aquele que foi um pai, amigo e mestre, o saudoso Marcelino Paz do Nascimento - lembra emocionado Índio.



O ex-atleta começa a despontar no meio esportivo de Montes Claros jogando paralelamente futebol de campo e futsal. Em 80, vai para o rival Cassimiro, a pedido do treinador Bonga, e conquista o bi-campeonato juvenil de Montes Claros.



No mesmo ano, no futsal, conquista pela primeira vez as Olimpíadas de bairro pelo JK, sendo um dos destaques da equipe.



Em 81, volta para o Ateneu e ganha o torneio início no campeonato amador. No mesmo ano, disputa pelo Broca o campeonato mineiro de júnior, no qual a equipe do bairro São José terminou em quinto lugar. Faz grandes jogos contra o Cruzeiro, América e Atlético. Num amistoso contra o Atlético, em Montes Claros, no estádio João Rebello, marca um belo gol de falta no empate em 1 a 1.



Com o bom futebol apresentado, tanto no campo como no futsal, é convidado para trabalhar na Drogaminas, de Valter Lima. Lá, conhece um grande amigo, o goleiro Marinho.



- Os dois me levaram para a Matsulfur, onde fiz belos campeonatos - recorda.



Disputa várias competições para a Matsulfur, como Olimpíadas Operárias e campeonatos do Sesc. Com o grande número de campeonatos de futsal na cidade, Índio conta que Gil, então gerente do Banco Itaú, o chama para trabalhar. Montam uma ótima equipe, com jogadores como Dener, Gil, Nego Ró, Róbson, Lalá, Júnior Professor, Nilson Escorpião, dentre outros.



- Com essa equipe, ganhamos inúmeros campeonatos de futsal em Montes Claros. Dava prazer ir jogar, pois levávamos inúmeros torcedores para verem nossa equipe em ação - diz.



No Banco Itáu, Ìndio conquistou vários títulos, como Campeonato dos Bancários em 84, do qual também foi artilheiro; Olimpíadas Operárias e II Jogos de verão, em 85, entre outros. O ex-atleta lembra que a equipe do Banco Itaú, enquanto disputou o campeonato dos bancários, era imbatível. Sempre levava o caneco. Quando ocorreu a abertura nas Olimpíadas Operárias, o Itaú teve grandes adversários, como a Metalúrgica e Matsulfur.



No futebol de campo, se transfere para o São Pedro, que tinha uma verdadeira equipe, com jogadores do nível de Tatinha, João Carinha, Carlinhos, Vânio, Picado, entre outros. Sagra-se campeão da Taça Cidade de Montes Claros e, em 84, é campeão amador de Montes Claros.



Em 1985, volta para o Cassimiro, onde disputa o campeonato mineiro da segunda divisão. Nos anos seguintes, disputou vários campeonatos de Montes Claros pelo Olímpico e Matsulfur, sempre chegando nas semifinais e finais.



No futsal, em 85, disputa os I Jimis - Jogos do interior de Minas, em Curvelo, por Montes Claros, e sagra-se campeão da primeira fase, sendo artilheiro e melhor jogador da delegação. Ainda em 85, é artilheiro do campeonato do Sesc, jogando pela Sapataria da Cidade e bicampeão das Olimpíadas bde bairros, pelo Centro. Com o excelente desempenho, é eleito o melhor atleta de futsal de Montes Claros, sendo agraciado com a Medalha Deusdará Sports.



- Dentre tantos campeonatos, fui sempre privilegiado em ganhar quase todos que disputei e, fazendo justiça à Medalha Deusdará Sports que ganhei no ano de 1985, a comenda mais importante do esporte de Montes Claros, com elogios nas páginas do Jornal do Norte e Diário de Montes Claros - salienta Índio.



Em seguida, Índio vai jogar na Metalúrgica Norte Mineira, mas ainda não trabalhava na empresa. Mais tarde, é chamado para trabalhar na MNM, atendendo convite do superintendente da empresa, atleta e amigo Renato Tupinambá.



- Foi uma das melhores, senão a melhor equipe de futsal dos nossos tempos. Jogavam Danilo, Toninho Babá, Júnior Professor, Tóya, Picado, Edílson, Almir e Renato Tupinambá. Ttanto que a equipe da MNM representou Montes Claros nos Jimi's de Curvelo, Varginha, Passos e Montes Claros, incluindo alguns outros belos jogadores, como Jânio Borges, Lotinha, Marinho, João Carinha, Ilzemar Sêco, Zarão, Lalá e outros - diz.



Em 89, disputa o campeonato mineiro de futsal pela equipe da Metalúrgica.  No mesmo ano, vai para Belo Horizonte a convite de Renato Tupinambá.



- Renato Tupinambá fez sociedade em uma empresa de fabricação de móveis de primeira linha e, como gostaria de ter uma pessoa de sua confiança no financeiro da empresa, me convidou e prontamente aceitei. Daí que estou por aqui nesses últimos 17 anos, onde também fiz muitos amigos e ganhei muitos campeonatos, tanto no salão quanto no campo - recorda.



Após mudar para Belo Horizonte, o então presidente do Montes Claros, Ville Mocelin, monta uma equipe para a copa Montes Claros, o Chimarrão, e inscreve Renato e Índio. Ele conta o episódio após a equipe chegar à final da competição.



- Um episódio muito interessante em minha vida aconteceu quando, em 1991, a equipe da Churrascaria Chimarrão disputava a Copa TV Montes Claros, e o desportista Ville Mocelin monta uma verdadeira seleção, incluindo eu e Renato Tupinambá que, até então, residia em BH. No decorrer da competição, a equipe chega às finais e Gezinho, o treinador pede que Ville dê um jeito para nos trazer e disputar a final, e, ganhamos. Foi um momento de glória, pois todos sabiam do potencial da equipe e ainda mais que tinha como surpresa esses dois atletas que viriam a compor o grupo e ajudá-los a vencer a final. O mais interessante é que o Ville bancou as passagens de avião de ida e volta - conta Índio com alegria.



Na equipe campeã, atletas como Chicão, Tóya, Marquinhos, Luis Carlos, Serginho, Reginaldo Júnior, entre outros. Esse foi o último torneio oficial de Índio em Moc.






A equipe de futsal do Banco Itaú, campeã de vários torneios da cidade no início da década de 80, entre eles as Olimpíadas Operárias. Em pé: Dener, Júnior Professor e o treinador Begão. Agachados: Gil, Índio e Lalá



No futsal, além do Itaú, MNM, Sapataria da Cidade, e JK, jogou no Motocity, Lanternagem e Pintura Baú, e Seleção de Montes Claros.



No campo, passou também por diversas equipes de Montes Claros, como Ateneu, Cassimiro de Abreu, Matsulfur, Olímpico, São Pedro e JK. Quando mudou para Belo Horizonte, jogou pelo Ipiranga, Frigoarnaldo e nas Seleções de Contagem e Minas, em Betim.



Índio formou-se em Ciências Contábeis e, atualmente, administra uma empresa que fornece equipamentos para montagem de postos de gasolina (Ecopostos), além de estar cursando o 9º período de Direito na PUC-MG.



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PERFIL



NO FUTSAL



Partida inesquecível - Primeira fase dos Jimi's em 85, em Curvelo (Moc 5 x 2 Curvelo). Fui o melhor atleta da delegação de Montes Claros.



Título mais importante - Primeira fase dos Jimi's em 1985 em Curvelo.



Título que gostaria ter ganhado e não ganhou - Campeonato mineiro pela MNM.



Gol mais bonito na carreira - Muitos gols bonitos, difícil escolher um. Ás vezes, os torcedores comentavam: o Índio faz cada gol lindo que até parece gol espírita, que facilidade!



Maior alegria no futsal - Muitos amigos conquistados.



Maior tristeza no futsal - Não poder bater pelada por problema na coluna. Entortei tantos adversários e até a mim mesmo.



Melhores amigos no futsal - Renato Tupinambá, Gil, Júnior Professor, Tóya, Picado, Danilo, Marinho, entre outros.



Melhores Treinadores - Bonga, Gezinho e Begão.



Melhores goleiros que viu jogar - Danilo e Chicão.



Melhores jogadores que viu jogar - Renato Tupinambá e Júnior Professor.



Companheiros ideais de quadra - Renato Tupinambá e Tóya.



Monte uma seleção de todos os tempos de Moc - Danilo, Júnior Professor, Tóya, Índio e Renato Tupinambá - Treinador Gezinho.


 


NO FUTEBOL DE CAMPO



Partida inesquecível - Ateneu 1 x 1 Atlético Mineiro, num amistoso. Fiz um golaço de falta, onde a coruja dorme.



Títulos mais importantes - Bicampeão da Copa Itatiaia - Belo Horizonte e Região Metropolitana, pelo Minas.



Título que gostaria ter ganhado e não ganhou - Campeonato Mineiro pelo Cassimiro de Abreu.



Gol mais bonito na carreira - Muitos gols bonitos, difícil escolher um.



Melhores amigos no campo - Marinho, Jânio Borges, Lula, Torresmo, Simeão, Gil, Tatinha, Bolão, Róbson, Ronaldinho Garcia, Lalá, Robertinho, Gelson, Edvaldão, entre outros.



Melhores Treinadores - Marcelino e Bonga.



Melhores goleiros que viu jogar - Marinho, Edvaldo, Gilvan e Ninha.



Melhores jogadores que viu jogar - Jânio Borges, Bolão e Fernando Coelho.



Companheiros ideais no campo - Jânio e Bolão.



Monte uma seleção de todos os tempos de Moc - Marinho, Ronaldinho, Afonso, Lelê, Zarão, Lula, Jânio Borges, Tatinha, Índio, Bolão e Róbson - Treinador Marcelino Paz do Nascimento.

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