Heberth Halley
Repórter
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O destaque de hoje da Galeria dos atletas é o ex-jogador Hélton Furtado Veloso, 56 anos. É considerado por muitos que o viu jogar como o lateral do século de Montes Claros, pelo seu futebol bonito, inteligente e de muita técnica. Era como um coringa, jogava além de lateral, como volante e meia.
Ele conta que na sua infância o quintal de sua casa era a Praça de Esportes.
- Lá, pratiquei vários esportes. Jogava futebol, basquete, vôlei e ainda nadava. Fui, inclusive, vice-campeão mirim de natação pelo MCTC. Era literalmente um polivalente – conta Hélton Veloso.
Logo depois Hélton vai para estudar no Colégio Marista São José. E lá começou a dedicar mais ao futebol. Jogou na equipe do Benjamin, do irmão Leonardo, que na época era o treinador.
Mais tarde, o então treinador Kidão, o chama para jogar no infantil do Ipê, do saudoso Edgar Pereira. Naquela época, o treinador Bonga o vê jogar e convida o então meio-campista para ir para o juvenil do Cassimiro de Abreu. Lá, tem a felicidade de fazer parte de um dos melhores times juvenis da história do Cassimiro e sagra campeão amador juvenil em 1968, ao lado de jogadores como Carlinho Feio, Pedro da Jega, Lóis, Carlinho Pingüim, Zoca, Liu, Ronaldo Chamone, entre outros.
Recorda que jogou muito bem a competição e entendia que poderia ter uma chance na equipe adulta do Cassimiro, mas como tinha o famoso lateral Marcelino Paz do Nascimento, preferiu se transferir para o rival Ateneu, a pedido do treinador Coró Barbosa, para pode atuar como titular, inclusive o fato virou notícia nos jornais da época, tanto que dentre os vários recortes de jornais que o ex-atleta coleciona carinhosamente em uma pasta, um trecho curioso publicado pelo Jornal de Montes Claros, na qual tem uma fala de Hélton Veloso sobre a saída do Cassimiro para o Ateneu.
“Quero deixar bem claro a inexistência de deslealdade minha para com o Cassimiro de abreu. Avisei com antecedência a minha decisão ao técnico Bonga, e não fui procurado ou solicitado pela direção do clube para dizer do motivo que ditou a minha atitude...”
O ex-atleta diz que no Ateneu teve oportunidade de jogar como titular. Inclusive disputou a divisão de acesso pelo Broca, com jogadores como Sabará, Tone Câmara, Jomar Macedo, Duba, Dada, Chiquito, João Batista, entre outros.
O Ateneu não se classifica, ao contrário do Cassimiro que iria disputar o campeonato mineiro da primeira divisão em 1970. Bonga chama novamente Hélton para o Mais querido e o lateral disputa o mineiro para o time do bairro Todos os Santos.
Num dos recortes dos jornais que ele guarda, a escalação do Cassimiro num jogo do contra o América. Osias, Hélton Veloso, Nicomedes, Afrânio, Teófilo, Jaci, Moisés, Ildeu, Dedinha, Benê e José Augusto. O time não vai bem na competição e cai para a segunda divisão. Ele conta que fez um excelente campeonato e que na época o vice-presidente do Cruzeiro, Edmundo Lambertucci, o chama para jogar no time celeste.
Joga no time misto do Cruzeiro, pois recorda que teve poucas oportunidades para jogar no time titular, que tinha Piazza, Zé Carlos, Dirceu Lopes, entre outros.
Mas mostra-nos mais uma vez um recorte num jogo que fez contra o América, jogando pelo Cruzeiro, e goleia por 6 a 0, sendo que ele marca o sexto gol. No recorte a nota:
“O sexto gol foi o mais bonito da noite. O lateral Hélton subiu no apoio, driblou Joel e Nego e sem ângulo, chutou de curva.”
Fez outros amistosos contra o Atlético, entre outras equipes. Mas com a contratação de Nelinho, Hélton revela que ficou desmotivado e volta para o Cassimiro, após cinco meses no Cruzeiro.
No mesmo ano, a equipe do União Tijucana, de Ituiutaba, que havia eliminado o Cassimiro na divisão de acesso, com o time do Mais querido perdendo os cinco pênaltis, sendo que Hélton também havia perdido, o chama para disputar o campeonato mineiro da primeira divisão. Hélton vai para o União e disputa por dois anos a competição estadual.
Depois seu destino seria o Comercial de Mato Grosso, para a disputa do campeonato brasileiro, mas antes mesmo de estrear se contunde e volta para Montes Claros.
Mas seu destino seria o Ateneu. Em 1976, a equipe do bairro São José monta um bom time e conquista o campeonato amador, com Hélton na equipe.
Volta para o Cassimiro e joga ao lado Lelê, Nicomedes, Carlinhos Zanata, Jânio, Fernando Coelho, Nego Ro, entre outras feras do futebol montes-clarense nos campeonatos da cidade. Ainda jogaria outras vezes para o Ateneu.
Segue novamente para o Cassimiro e em 84 pára de jogar. Disputando apenas campeonatos de clubes. Começa a despertar a paixão pelo tênis e sagra campeão mineiro de dupla com o filho Rodrigo. Atualmente, é publicitário conceituado em Montes Claros.
PERFIL
Partida Inesquecível: Cruzeiro 3 x 0 Cassimiro pelo campeonato mineiro de 1970. O Cruzeiro era um timaço com Tostão, Piazza, Dirceu Lopes, foi inesquecível.
Gol mais bonito: Ateneu x Industrial. Fernando Coelho deu um passe pra mim e, na saída do goleiro, toquei por cima. Foi um golaço.
Título mais importante: A divisão de acesso pelo Cassimiro em 1969.
Título que queria ter ganho: Não tem um específico.
Maior alegria no futebol: O fato de ter conquistado vários amigos. Inclusive me ajudou na profissão que exerço hoje.
Maior tristeza no futebol: A eliminação da divisão de acesso do campeonato mineiro, na qual perdemos para o União Tijucana nos pênaltis, perdemos as cinco cobranças.
Melhor treinador: Bonga e Coro.
Melhor goleiro: Osias e Budega.
Melhor jogador que viu jogar: Nicomedes e João Batista Baiano.
Companheiro ideal: João Batista Baiano. Dava muito certo com ele.
Amigos no futebol: Nicomedes, Denarte, Benê, Jomar Macedo, Afrânio, Jânio, Carlinho Zanata, Fernando Coelho, entre outros.
Monte uma seleção de todos os tempos de Moc: Osias, Hélton Veloso, Nicomedes, Sabará, Gontijo, João Batista Baiano, Benê, Milton Henrique, Jomar Macedo, Ninha e Ildeu. Treinador Bonga e Coro.
